Neves defende diplomacia na prevenção e gestão de conflitos

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,5 fev 2022 13:44

José Maria Neves
José Maria Neves

​O Presidente da República defendeu hoje, em Adis-Abeba, o reforço da capacidade africana de prevenção e gestão de conflitos e uma aposta na diplomacia preventiva, para “evitar constantes ameaças à paz, segurança e estabilidade” no continente.

José Maria Neves manifestou esta preocupação ao discursar na 35ª sessão ordinária da conferência da União Africana, que decorre na capital da Etiópia, onde redobrou a preocupação em relação à instabilidade na região oeste africana e do Sahel. Para o Chefe de Estado cabo-verdiano, a criação de um sistema de governança multinível, com uma adequada divisão do trabalho entre a União Africana, as organizações regionais e os Estados membros, com responsabilidades partilhadas, seria “um grande passo” para a realização da Agenda 2063.

Neste sentido, disse acreditar que a África dispõe de “recursos, talentos e imaginação para ser um dos mais importantes actores políticos e económicos” e que Cabo Verde, enquanto um pequeno Estado insular em desenvolvimento, estará “sempre presente”.

O Presidente da República solidarizou-se com às vítimas do terrorismo no Burkina Faso, no Mali, no Níger e no norte da Nigéria e Moçambique e reafirmou o “mais veemente repúdio” a todo e qualquer acto terrorista, bem como de subversão da ordem constitucional, referindo-se aos episódios recentes no Sudão, Mali, Guiné-Conacri, Burkina Faso, e recente tentativa de golpe de estado na Guiné-Bissau.

“África tem conhecimento, tem talento e recursos suficientes para produzir vacinas e outros medicamentos e assim não ficar dependente das contingências actuais e novamente vulnerável quando surgirem novas pandemias”, realçou Neves.

“A África dificilmente conseguirá suprir a enorme lacuna de financiamento para concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS – no horizonte 2030 e a Agenda 2063 da União Africana, somente com as receitas estatais e os níveis actuais da ajuda ao desenvolvimento”, admitiu.

O investimento directo estrangeiro, a cooperação internacional, a assistência financeira externa apropriada, e o perdão ou reconversão da dívida são apontados pelo Chefe de Estado como alternativa para a África.

Os chefes de Estado e de Governo da União Africana iniciaram hoje em Adis Abeba, a cimeira anual, que deverá ficar marcada pela resposta do continente à covid-19 e à proliferação dos conflitos e golpes de Estado.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,5 fev 2022 13:44

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  26 out 2022 23:28

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