Rui Semedo falava à comunicação social, após um encontro com o Presidente da República, no qual o partido colocou algumas preocupações relativamente aos transportes.
O PAICV, disse, está muito preocupado com o acesso que os cabo-verdianos devem ter para circularem entre as ilhas, com o nível de frequência dos transportes, designadamente dos transportes aéreos, com os custos dos transportes que as vezes aumentam por causa das escalas que os passageiros são obrigados a fazer de uma ilha para outra e regularidade dos mesmos.
“Viemos partilhar com o PR a questão de se ver política para o sector dos transportes para termos um sistema regular, eficiente, seguro e que dê garantia aos cabo-verdianos. Neste aspecto, também partilhamos com o PR a preocupação com relação ao sector da regulação que o governo deverá ter uma atenção particular porque nós já tivemos uma regulação eficiente, eficaz, credível, muito prestigiada, regulação que permitiu ao país ter um conjunto de certificações designadamente para poder viajar para os EUA e poder viajar para a Europa com regularidade”, informou.
Segundo Rui Semedo o país já teve ganhos “extraordinários "no ambiente de negócio para o sector dos transportes com todas as certificações que eram exigidas e corre, actualmente, “um grande risco”.
“O estado da regulação é que o governo interveio de forma excessiva, preocupou mais em ter mãos na regulação. Nós precisamos ter um sistema independente, autónomo de regulação, que funcione, que dê garantia a todos os cabo-verdianos. O governo não pode estar a decidir no que diz respeito à regulação. Temos que acreditar na regulação, montar um sistema de regulação eficiente e eficaz e neste momento, tudo indica que não temos”, considerou.
Quanto ao anúncio de um novo investimento na TACV, Rui Semedo afirma que o partido não questiona os investimentos, mas sim os objectivos e os resultados esperados com os mesmos.
Isto, prosseguiu, para não se falar apenas de investir para a privatização, tendo em conta que “as privatizações que já se fizeram não deram certo”.
“Não impediram o Estado de investir recursos e não ficamos com o sistema regular eficiente, eficaz de transporte. Precisamos dar aos cabo-verdianos um sistema regular, eficiente, a custos comportáveis, acessíveis a todos os cabo-verdianos. Estamos a pagar o custo do desmantelamento do sistema que tínhamos, do desmantelamento dos TACV e aqui o único e exclusivo responsável é o governo de Cabo Verde”, proferiu.