A informação foi avançada à imprensa por António Costa, depois de um encontro de cerca de 20 minutos com o homólogo cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, na chefia do Governo, em São Vicente.
“Portugal quer comparticipar no fundo que Cabo Verde está a criar para o clima e a transição energética, de uma forma simples e clara: todo o montante da amortização de dívida de Cabo Verde a Portugal será integralmente reinvestido no fundo constituído por Cabo Verde”, afirma.
“Significa, para termos uma noção, que até 2025 estamos a falar de montantes na ordem dos 12 milhões de euros, e assim sucessivamente irá acontecendo. É uma forma de converter aquilo que é uma dívida naquilo que passa a ser uma capacidade de Cabo Verde investir na transição energética, no combate às alterações climáticas e que o possamos fazer em conjunto”, explica.
Durante a reunião, as partes terão chegado a acordo, mas nenhum documento foi rubricado, como inicialmente anunciado. Não se sabe, entretanto, quais as modalidades do processo, porque a declaração conjunta foi feita sem direito a perguntas dos jornalistas.
Para além da contribuição financeira, o chefe do Governo de Portugal diz que o seu país e as empresas portuguesas contam ser envolvidas e mobilizadas para intervirem nos diversos domínios, desde a especialização, eficiência energética, capacidade de produção de energias renováveis e armazenagem.
“Uma nova semente que lançamos para um novo programa de arborização da nossa cooperação futura”, diz.
Antes do anúncio, o Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse esperar que o comprometimento de Portugal com a boa cooperação com Cabo Verde possa servir para o reforço do compromisso com a protecção dos oceanos e com o desenvolvimento sustentável. O chefe do Governo diz que a decisão de criar um Fundo Climático e Ambiental visa responder a uma necessidade de tornar Cabo Verde mais resiliente e com uma economia mais diversificada.
“Esse fundo vai ser dedicado essencialmente à aceleração da nossa transição energética. É claro que relativamente à construção desse fundo queremos ter diversas contribuições, quer de parceiros bilaterais quer multilaterais e do próprio Estado de Cabo Verde, através do seu Orçamento de Estado”, refere.
Ulisses Correia e Silva diz que “a acção pioneira visa mostrar ao mundo que Cabo Verde está à frente e com boa vontade na resolução de muitos dos problemas que o mundo enfrenta”.