Na sede do partido, em São Vicente, o parlamentar fala da falta investimento para aumentar a injecção de renováveis na rede.
“Desde logo, é preciso que a empresa de distribuição de combustível utilize os combustíveis mais baratos. Nós temos Porto Novo e Fogo, que deveriam utilizar fuel 180 e infelizmente não estão a utilizar por razões de logística. A UCID pede ao governo para rapidamente executar os leilões que permitam que haja mais energia renovável no país e que esta energia seja injectada na rede para que o consumidor final, quer as famílias, quer as empresas, possam ter acesso a custos de energia muito mais aceitável do que aquilo que é neste momento”, defende.
António Monteiro defende que o país deve aproveitar todos os mecanismos disponíveis para investir e reduzir o preço da electricidade. O deputado sugere o recurso às verbas do Fundo Climático e Ambiental e do terceiro Compacto do Millennium Challenge Corporation.
“A questão que se coloca é que nós temos que aproveitar todas as oportunidades que o país possa dispor. Mas, infelizmente, o que nós temos é que, desde 2010-2011, estamos em 2024, há 13 anos que não temos um investimento de relevo na questão de melhoria de energias renováveis em Cabo Verde. Isto é inadmissível e daí termos os custos de energia das mais elevadas do mundo neste momento”, afirma.
O partido recorda que ter energia mais cara impacta negativamente a vida dos cabo-verdianos e retira competitividade às empresas.
“O aumento da energia em Cabo Verde tem um impacto altamente negativo no bolso dos contribuintes e acaba por retirar a competitividade das empresas cabo-verdianas, do país e impacta negativamente na vida do dia-a-dia dos cidadãos. E este aumento da electricidade vem fazer com que, ao invés de continuarmos a ter a inflação a baixar, com este aumento, a tendência do aumento da inflação aumenta consideravelmente”, refere.
A UCID defende o combate às perdas que, entre Janeiro a Setembro do ano passado, representaram 1/4 da energia produzida pela Electra, a nível nacional. O partido considera que é preciso evitar que parte dessa perda seja introduzida na tarifa cobrada aos consumidores.
De acordo com as tabelas em vigor desde 1 de Janeiro, na ELECTRA, as tarifas de electricidade sofreram um aumento de 2,12 ECV/kWh em todos os escalões. Na AEB, as novas tarifas aumentaram 3,57 ECV/kWh.