As posições dos partidos foram manifestas em conferências de imprensa, ambas realizadas hoje.
"É com grande orgulho e satisfação que convocamos esta conferência de imprensa para celebrar mais um momento de destaque para Cabo Verde, não só no contexto do nosso continente, como no Mundo", afirmou o secretário-geral do MpD, Luís Carlos Silva, destacando a importância desta conquista não apenas para o país, mas também para a comunidade internacional.
Com uma pontuação de 92 em 100, Cabo Verde superou nações globalmente renomeadas, incluindo Espanha, França, Itália, Reino Unido e os Estados Unidos.
"Esta realização não surge do acaso", ressaltou Silva, apontando para os desafios globais enfrentados por muitas nações, como o aumento do populismo, extremismo e golpes de Estado.
No entanto, o Secretário-Geral do MpD enfatizou que essa posição de destaque também traz consigo uma responsabilidade significativa.
"Somos parte de um grupo restrito de países considerados livres, e isso exige um compromisso contínuo com a promoção dos direitos humanos, da justiça social e da participação cívica", apontou.
Já o presidente do PAICV, Rui Semedo, disse que apesar da classificação positiva no relatório da Freedom House, Cabo Verde ainda precisa combater a pobreza, melhorar o acesso ao emprego, justiça social, transparência e gestão da coisa pública.
“Lembro que no relatório de 2010 constava que estamos a ombrear com países como a Finlândia e o Canadá. Continuamos desde o percurso de 2005 a ter uma pontuação muito positiva e convém não apenas ver a fotografia, mas sim o filme” salientou, referindo que Cabo Verde cumpriu com os requisitos em avaliação, como eleições multipartidárias regulares, sufrágio universal e sistema político livre e competitivo.
Rui Semedo aproveitou para elencar os aspectos críticos do relatório, designadamente o acesso à justiça, justificando que “o acesso é prejudicado por um sistema judicial sobrecarregado”, bem como a criminalidade e as desigualdades nas mulheres e trabalhadores imigrantes.
“Nós tivemos 92 em 100, mas convém realçar que estamos com esta pontuação desde 2015 porque tínhamos 90 em 100, progredimos porque passamos para 92, estamos nesta pontuação a pelo menos três anos. Não estamos a mudar muito” declarou, asseverando que o País precisa combater a pobreza, melhorar o acesso ao emprego, eliminar a descriminação e perseguição conforme a cor partidária.