A Defesa e Segurança Nacional exigem um amplo consenso e uma postura perene na tomada de decisões - PAICV

PorEdisângela Tavares,27 jun 2024 12:27

O PAICV afirmou, hoje, que a Defesa e Segurança Nacional exigem um consenso amplo e uma postura constante na tomada de decisões, dada a sua repercussão na política externa e no posicionamento de Cabo Verde na arena internacional. O partido ressaltou que a credibilidade de um país é construída externamente com base em consensos internos robustos entre os principais actores políticos.

No decurso da abertura do debate sobre questões de política interna e externa, Grandes Opções do Conceito Estratégico de Defesa Nacional, o presidente do Grupo Parlamentar do PAICV, João Baptista Pereira, sublinhou que a segurança nacional deve ser vista como um conceito multidimensional, abrangendo a protecção de pessoas, bens, instituições e valores.

“Neste contexto, assim como o desenvolvimento do país exige a definição de metas e vias nas Grandes Opções do Plano, a Defesa e Segurança Nacional, enquanto sistema coerente e eficaz, impõe que as linhas mestras de intervenção nestes domínios estejam consubstanciadas no Conceito Estratégico de Defesa e Segurança Nacional”.

Segundo o PAICV, desde a aprovação das primeiras Grandes Opções em 2005 e sua ampliação em 2011, muitas mudanças ocorreram no cenário internacional e na natureza dos riscos e ameaças. Diante desse contexto, o PAICV criticou a abordagem do Governo na revisão do Conceito Estratégico de Defesa Nacional, afirmando que faltou uma integração mais ampla da sociedade e dos diversos órgãos de soberania, incluindo partidos políticos de oposição.

“Infelizmente, isso não aconteceu. O Governo optou por apresentar um Conceito Estratégico de Defesa Nacional sem antes rever as Grandes Opções e sem a devida articulação com o Presidente da República, órgão com competências relevantes em matéria de Defesa Nacional e Presidente do Conselho Superior de Defesa Nacional.

Segundo João Batista Pereira, além disso, o Governo formalizou um interesse em dialogar com a NATO, sem ampla consulta ou debate no Parlamento, o que gerou preocupações.

“Esta decisão, tomada sem uma consulta ampla e sem o devido debate no Parlamento, levanta sérias e justificadas preocupações. Acreditamos que um tema de tal magnitude, com implicações profundas na nossa política de defesa e segurança nacional, deveria ser amplamente discutido e consensualizado entre todos os actores políticos e órgãos de soberania”.

No discurso, João Batista Pereira lamentou que a abordagem do Governo tenha prejudicado a construção de um consenso alargado, destacando a importância de consensos internos robustos para a credibilidade do país.

O PAICV reiterou estar comprometido em entender melhor as dimensões estratégicas da defesa nacional apresentadas pelo Governo, uma vez que o documento apresentado não esclarece essas dimensões de forma satisfatória.

O partido destacou a importância de considerar a geografia dos parceiros estratégicos de Cabo Verde como parte do espaço estratégico do país, promovendo a colaboração com países vizinhos e a comunidade internacional mais ampla.

“O Grupo Parlamentar do PAICV, ciente das mudanças no contexto político global, que incluem guerras e tensões internacionais que desafiam o multilateralismo, continua a pugnar pela defesa de opções pragmáticas de paz e utilidade internacional da República de Cabo Verde.”

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Autoria:Edisângela Tavares,27 jun 2024 12:27

Editado porEdisângela Tavares  em  6 set 2024 23:24

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