Em conferência de imprensa realizada na cidade de São Filipe, na ilha do Fogo, este que é vice-presidente do PAICV, disse ter recebido a suspensão da Assembleia electiva pelo Tribunal Constitucional com tristeza.
Afirmou que “queria estar a finalizar esta etapa amanhã e a festejar o que todos os dias nos contactos com os militantes e com a sociedade cabo-verdiana, no geral, vínhamos sentindo”.
Silva fez questão de esclarecer que a sua candidatura optou por “não se envolver em nenhuma polémica de secretaria e que não fez nenhuma reclamação, não promoveu qualquer pedido de impugnação, respeitando todas as decisões do Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização, mesmo quando teve dúvidas fundadas sobre a sua clareza, justeza e cumprimento dos estatutos”.
“Resta-nos colocar em primeiro plano o que nos une e aguardamos serenamente as decisões, confiantes de que, mais adiante, estaremos melhor organizados, mais seguros em relação ao que nos tem dividido, que todos os camaradas que fizeram esta caminhada connosco, poderão retomar os seus projectos”, esclareceu.
O proponente da candidatura “Mais PAICV por Cabo Verde”, frisou que cabe aos militantes “escolherem sem mágoas e ressentimentos o militante que consideram melhor preparado para dirigir os destinos do PAICV e apresentar propostas que levarão os cabo-verdianos a sonhar, de novo, e a acreditar num Cabo Verde melhor a partir do próximo ano de 2026”
“É a mesma postura que adoptaremos a partir de hoje: dialogar, ouvir, ajudar a esclarecer, a construir pontes de entendimentos, a serenar e apaziguar o clima no interior do PAICV, aguardando, serenamente, as decisões do Tribunal Constitucional e, de seguida, dos órgãos competentes do PAICV”, realçou.
“Não posso deixar de solidarizar-me com todos aqueles que de uma forma ou de outra foram protagonistas ou visados por atitudes e acções que nos conduziram ao desfecho conhecido ontem e dizer-lhes que quero crer que ninguém quis, intencionalmente, prejudicar o PAICV”, afirmou Silva.
Aos órgãos do PAICV recomendou diálogo esclarecedor com todas as estruturas e militantes, e que todos os recursos existentes nos seus estatutos sejam accionados para que todos os dirigentes consigam sentar-se à volta da mesa, em diálogo.
“Lamentamos, profundamente, o que sucede neste momento. Entretanto, diante dos factos, a nossa candidatura manifesta-se aberta, disponível para o diálogo na procura de pontes para construir soluções internas, juntamente com os órgãos do partido e as demais candidaturas”, assegurou.
O Presidente da Câmara Municipal de São Filipe, Nuías Silva está nesta corrida à liderança do PAICV com o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, o deputado pelo círculo eleitoral da Europa, Francisco Pereira e o empresário Jorge Spencer Lima.
O Tribunal Constitucional (TC) suspendeu na sexta-feira, 28, a realização da assembleia do PAICV que, no domingo, 30, devia eleger o novo líder do partido e os delegados ao Congresso previsto para 02 a 04 de Maio.