João Santos Luís deixou estas considerações depois de algumas visitas realizadas na cidade de Santa Maria, no quadro da sua visita à ilha do Sal, acompanhado por deputados do partido, com foco no sector do turismo.
Durante o encontro com a direcção regional do partido e uma visita à Câmara de Turismo, Santos Luís expressou preocupação com a “falta de qualificação" do turismo na ilha e com a iminente saída de jovens qualificados.
O líder da UCID salientou que a visita à Câmara de Turismo no Sal, a ilha mais turística de Cabo Verde, teve como objectivo principal "conhecer o funcionamento e como as coisas estão a acontecer em termos turísticos", especialmente em Santa Maria, que recebe cerca de 60 por cento (%) dos turistas do país.
A intenção, segundo a mesma fonte, é identificar as dificuldades e constrangimentos, para levar essas preocupações ao parlamento e ao Governo.
Santos Luís teceu críticas à actuação do Ministério do Turismo e Transportes, que está sediado no Sal, afirmando que "não está a ver o impacto da instalação desse ministério aqui, que é somente físico, mas devia ter algum impacto no sector do turismo".
“O Ministério do Turismo e Transportes está aqui na ilha do Sal e, a bem da verdade, nós estamos a afirmar que não estamos a ver o impacto da instalação deste ministério aqui, mas devia ter algum impacto no sector do turismo", sublinhou.
“Não há qualificação do turismo, há uma desvalorização do património histórico municipal que podia servir para atracção turística aqui na ilha do Sal”, continuou.
João Santos Luís apontou que os constrangimentos que mais preocupam são a questão da mão-de-obra e a qualificação da oferta turística.
A mesma fonte descreveu a situação em Santa Maria como estando "numa rampa descendente" e prometeu que a UCID levará essas preocupações ao parlamento, para que o Ministério do Turismo e Transportes e o Governo, na pessoa do primeiro-ministro, “criem condições para um melhor funcionamento do sector”.
Sobre as informações partilhadas pela secretária-geral da Câmara de Turismo, João Santos Luís destacou a preocupação com a fuga de jovens e de mão-de-obra qualificada da ilha e do país.
Embora já tivessem algumas informações, o encontro permitiu detalhar a gravidade da situação.
"Se tem um sector do turismo e não tem mão-de-obra, isto é complicado", afirmou, sugerindo que a Câmara de Turismo deveria intensificar os trabalhos de formação para garantir uma mão-de-obra qualificada.
O presidente da UCID concluiu a sua intervenção reforçando que a falta de mão-de-obra e a qualificação da oferta turística são pontos críticos e defendeu que, embora Cabo Verde receba, actualmente, cerca de um milhão de turistas, o país tem potencial para acolher "três ou quatro milhões" anualmente.
Contudo, frisou que tal ambição não será alcançada "com estas condições existentes", apelando a um maior investimento e empenho na melhoria do sector.