O presidente do partido, João Santos Luís, afirma que passados 50 anos de independência, o país continua refém de um modelo centralizado, concentrado e profundamente desigual.
“Em 1975, libertamo-nos do poder colonial. Em 2026, precisamos libertar-nos do poder centralizado. Durante décadas, o poder político, económico e administrativo esteve quase todo ele confinado numa só ilha, mais concretamente, num só concelho. É lá que se tomam quase todas as decisões. É lá que se desenham quase todas as políticas. É lá que chegam, em primeiro lugar, quase todos os recursos. Enquanto isso, as outras ilhas, com as suas realidades, com os seus desafios e com os seus sonhos, ficam muitas vezes à margem, como se fossem apenas filiais de um país que só funciona a partir do centro”, afirma.
A UCID considera que o modelo de desenvolvimento do país tem falhado por não respeitar a diversidade do arquipélago, o que leva muitos jovens, em várias ilhas, a emigrar por falta de oportunidades. João Santos Luís considera que a descentralização não deve ser encarada como uma divisão do país, mas como um instrumento de unificação, capaz de promover maior eficiência económica e coesão nacional.
“Ter acesso a cuidados de saúde de qualidade virou um privilégio de quem vive perto da capital. Os transportes inter-ilhas são uma lotaria, quando deveriam ser um direito básico. O investimento público é desproporcional. E os municípios lutam, com orçamentos mínimos, para tentar resolver problemas máximos. Dar poder as ilhas, significa garantir um Futuro Melhor para todo o país”, refere.
Os democratas-cristãos garantem que a regionalização e descentralização continuarão a ser uma das suas principais bandeiras, sobretudo nas próximas eleições legislativas. O líder partidário apresenta propostas que, na sua perspetiva, são essenciais para promover uma unificação justa do país.
“Defendemos a transferência efetiva de competências e recursos para os municípios e estruturas regionais; planos de desenvolvimento insular, feitos localmente, com metas claras e financiamento próprio; a criação de um Fundo de Coesão Insular, para redistribuir investimento público com base nas necessidades reais de cada ilha; a instalação de instituições públicas fora da capital que funcionem com Autonomia. E, acima de tudo, um sistema de transportes inter-ilhas digno, acessível e funcional. O país precisa de um novo pacto político e institucional. Um pacto onde cada ilha seja respeitada como protagonista do seu destino", aponta.
A UCID entende que um modelo de desenvolvimento mais justo e descentralizado deve valorizar o talento local e assegurar oportunidades iguais para todos os cabo-verdianos, onde quer que vivam.
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