O presidente do partido afirma que o modelo actual está a falhar com os cidadãos, pelo que defende a descentralização como um passo essencial para inverter a situação vigente.
“O Estado de Cabo Verde está a falhar com as cabo-verdianas e os cabo-verdianos, pelo facto de estar demasiado concentrado, demasiado pesado e demasiadas vezes ineficaz. O modelo actual serve mais à lógica do controlo do que ao interesse do cidadão. Temos uma máquina pública que, na sua forma e funcionamento, reproduz desigualdades, abriga interesses partidários e emperra o desenvolvimento. É por isso que a UCID propõe aquilo que muitos evitam: uma verdadeira Reforma do Estado. Uma reforma corajosa, estrutural e transformadora”, defende.
Para a UCID, a centralização constitui “uma forma silenciosa de injustiça territorial” que mina a iniciativa local e aprofunda o sentimento de exclusão. João Santos Luís afirma que não faz sentido que decisões que afectam ilhas e municípios ainda tenham de ser tomadas na Praia. Os democratas-cristãos vêem a regionalização como o caminho a seguir.
“A UCID defende uma regionalização com responsabilidade: sem criar mais custos, mas com mais resultados. Sem complicações administrativas, mas com impacto directo na vida das pessoas. Observa-se uma premente necessidade de eliminação de duplicações, corte de excessos e valorização do essencial. A máquina do Estado, como está montada, consome milhões, mas entrega muito pouco”, entende.
Entre as propostas do partido apresentadas estão a redução dos gastos desnecessários da máquina pública, a modernização e simplificação de procedimentos, o fim das nomeações partidárias para cargos técnicos e a reorientação do Estado para servir o cidadão.
“Estamos em crer que com estas reformas, propostas pela UCID, vamos libertar recursos para mais professores, bem formados e bem pagos; mais médicos e enfermeiros com condições reais de cuidar da nossa saúde; habitações dignas para os nossos jovens e famílias vulneráveis; redes de apoio aos idosos, às crianças e aos que mais precisam. Um Estado que serve é um Estado que cuida. Cabo Verde não precisa de um Estado maior. Precisa de um Estado melhor”, afirma.
João Santos Luís afirma que a transformação só será possível com coragem política e visão de futuro, para que o Estado possa servir os cidadãos com justiça, funcione com competência, respeito dignidade.