Desafio feito durante uma conferência de imprensa realizada na sede do partido.
Francisco Carvalho acusou o MpD de recorrer à irresponsabilidade e de tentar corroer as bases da democracia cabo‑verdiana ao trazer a público informações que, afirma, “simplesmente não existem”.
Na ocasião, o presidente do PAICV rejeitou a autenticidade do documento referido pelo MpD.
“A palavra que melhor resume tudo o que presenciámos nessa conferência é irresponsabilidade. O tal documento é uma imagem de ecrã, um texto sem autor, sem remetente, sem qualquer validação oficial, sem assinatura, sem prova. Ou seja, nada”, afirmou.
Francisco Carvalho considerou que a gravidade da situação reside menos no conteúdo do suposto manual e mais na tentativa de transformá‑lo em facto político para criar desconfiança entre os cidadãos.
“Estamos a ver, em várias partes do mundo, os efeitos destrutivos de atitudes que dividem, inflamam e corroem as democracias. Não podemos permitir que esse mal se instale em Cabo Verde”, advertiu.
“O MpD é desafiado a colocar na rua as informações que tiver. Estamos tranquilos, porque sabemos que esse e‑mail não existe. Se houvesse, já o teriam entregue ao Ministério Público, como fazem sempre que entendem ter matéria para nos levar a tribunal”, apontou.
Para Francisco Carvalho, o episódio revela a necessidade de legislação específica para crimes de falsificação digital e difamação online.
“Se quem inventa e‑mails souber que pode acabar na cadeia, pensará duas vezes. A lentidão da justiça e a falta de um enquadramento legal claro permitem que a mentira circule impunemente”, sustentou.
O presidente do PAICV apelou ainda a que o debate político se concentre nos verdadeiros problemas dos cabo‑verdianos, citando a pobreza, o acesso à saúde, a formação profissional e a mobilidade inter‑ilhas.
“Cinquenta anos depois da independência, continuamos a carecer de políticas públicas básicas. É isso que deveríamos estar a discutir”, disse.
De referir que, na segunda-feira, 14, o MpD acusou o PAICV de estar a promover uma estratégia organizada de desinformação e ataques à democracia cabo-verdiana, através das redes sociais e da comunicação social, com vista à conquista do poder a qualquer custo. Entretanto, o partido afirma que ainda não decidiu sobre a apresentação de uma eventual queixa.