Acusação feita durante uma conferência de imprensa, na sede do partido.
O secretário-geral apresentou o que diz ser um documento do PAICV com instruções aos seus militantes e activistas para desencadearem uma campanha de “ataques sistemáticos”, recorrendo à disseminação de notícias falsas, intimidações nas redes sociais e campanhas de descredibilização de adversários.
“Trata-se de atitudes e posicionamentos que configuram um cenário de ataques sistemáticos à democracia cabo-verdiana, através dos órgãos de comunicação social e das redes sociais, com tentativas de condicionamento da acção dos jornalistas e das direcções de informação dos órgãos, e montagem de planos de aniquilação de adversários”, afirmou.
Conforme o dirigente do MpD, o documento em causa, que tem circulado publicamente, contém orientações específicas para desacreditar o Governo, nomeadamente por meio de comentários depreciativos, ataques pessoais e disseminação de suspeições sobre o uso de dinheiros públicos.
“É um verdadeiro manual de guerra suja”, considerou.
Questionado sobre a autenticidade do documento e se esta estava confirmada, Agostinho Lopes afirmou que não tem de garantir nada e que cabe a quem estiver interessado buscar por outros meios certificar-se da veracidade do documento.
“Eu sei, tenho a certeza de que o documento é verdadeiro e tenho a certeza da origem do documento”, assegurou, no entanto.
O MpD não avançou com qualquer acção formal junto das autoridades.
“Não temos que prestar nenhuma queixa nem ao Ministério Público, nem à CNE. Nós constatamos uma prática de um partido que pretende, através de manobras pouco democráticas e acções de duvidosa constitucionalidade, fazer um combate político sujo”, declarou.
Confrontado com a insistência dos jornalistas sobre se o partido iria ou não apresentar queixa, Agostinho Lopes apontou que é uma questão a ser analisada.
“Primeiro teria de saber queixar de quem? Com que objetivos? Com que eficácia? Essa é uma questão que temos de analisar”, argumentou.
O secretário-geral do MpD frisou que, acima de tudo, o partido considera esta prática uma ameaça séria à democracia construída em Cabo Verde desde 1991.
“O que está em causa não é simplesmente ganhar ou perder eleições; é preciso proteger o projecto colectivo de Cabo Verde enquanto democracia consolidada e respeitada no cenário internacional. Não vale tudo”, alertou.