As declarações surgiram após a deputada do PAICV, Janira Hopffer Almada, ter criticado o que classificou como falta de regularidade de Cabo Verde no pagamento das quotas aos organismos internacionais durante a discussão e aprovação, na especialidade, da proposta de lei que aprova o Orçamento do Estado para o ano económico de 2026.
Segundo a deputada, Cabo Verde não pode continuar a fazer parte de organismos internacionais e lembrar-se desses organismos só quando pretende candidatar-se a alguns cargos.
“Ou decidimos se estamos, e se estamos de pleno direito, com os nossos direitos, mas cumprindo também os nossos deveres, ou não podemos pretender aceder aos cargos e, ao mesmo tempo, não honrar compromissos”, declarou.
Na sua resposta, Olavo Correia desvalorizou a discussão centrada apenas no pagamento das quotas.
“É um falso debate estarmos a vir aqui dizer se Cabo Verde pagou ou não pagou”, disse. Para o governante, a questão fundamental está no modelo em vigor na CEDEAO, que considera injusto para o arquipélago.
Conforme explicou, a fórmula actual baseia-se nas importações provenientes de fora do espaço comunitário, o que prejudica Cabo Verde, cuja economia depende de bens importados de fora do continente.
“Pagamos, per capita, seis, sete, dez vezes mais do que os demais países da CEDEAO. Não faz sentido nenhum”, ressaltou.
Olavo Correia alertou ainda que o país está a aproximar-se de uma contribuição anual de 500 mil contos, o que representa, conforme disse, a maior contribuição per capita.
Nesse sentido, comparou o tratamento dos pequenos Estados na União Europeia, onde, segundo disse, em vez de pagarem mais, recebem da comunidade.
O ministro das Finanças defendeu por isso uma renegociação ampla, diplomática, parlamentar e institucional, para assegurar que Cabo Verde seja tratado com a devida especificidade.
“Queremos lá estar, mas com justiça e com equilíbrio. As quotas têm sido pagas em função do quadro que está em vigor, dos prazos de pagamento e das nossas capacidades financeiras”.
Reforçou ainda que o país não está a agir por interesse particular. “Não há aqui nada que seja feito em função de candidaturas”, disse.
Para o governante, a prioridade deve ser discutir o tema com responsabilidade, centrando a atenção nos interesses do Estado.
“Estamos a falar de uma questão da República de Cabo Verde”.
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