Ulisses Correia e Silva falava à imprensa após reunião com o Gabinete de Crise e visita às instalações do Instituto do Mar e do Centro Oceanográfico do Mindelo, igualmente afectados pelas enxurradas.
“O grosso do investimento que vai ter que ser feito vai exigir muitos milhões. Todo o programa que estamos a fazer de protecção das famílias, daqueles que perderam bens e que tinham actividade económica, desde pequenos comerciantes até grandes empresas, aqueles que perderam viaturas e para os quais estamos agora a criar condições de subvenção, vai exigir um montante elevado. A nível das infra-estruturas é que vai ser o grosso do investimento. Não tenho ainda os números finais para comunicar. Toda a ajuda é importante. Temos muita comunidade engajada, mas o essencial do investimento é muito elevado e nós estamos engajados não só na mobilização de recursos internos nacionais, como também em recursos externos”, diz.
O chefe do Governo fala em muitos estragos, mas garante que existe capacidade de resposta. Com o início do novo ano lectivo previsto para 15 de Setembro, Ulisses Correia e Silva sublinha que a prioridade é intervir nas infra-estruturas do parque escolar afectadas pelas últimas chuvas.
“Sim, prioridade para as escolas. Já identificámos aquilo que são as necessidades para a retoma antes do início do ano escolar. Depois, temos as diversas instituições atingidas, e isso também está a ser trabalhado para podermos retomar a normalidade”, aponta.
Na mesma ocasião, o Primeiro-ministro reagiu às declarações da UCID, feitas esta segunda-feira. O vereador António Monteiro classificou a situação em São Vicente como um crime ambiental, pediu a intervenção da Procuradoria-Geral da República e afirmou que a resposta à retoma da normalidade continua a ser lenta…
Ulisses Correia e Silva diz que são comentários oportunistas e que o executivo está a dar prioridade às pessoas.
“São comentários oportunistas. Deviam estar a trabalhar junto das populações, a passar uma mensagem positiva. Esta é a tal situação de aproveitar a desgraça dos outros para tentar criar oportunidades de proveito próprio. Nós estamos a dar prioridade às pessoas. E aquilo que tem sido os compromissos devidamente firmados nas resoluções do Conselho de Ministros está a ser executado. As transferências vão sendo feitas, as pessoas beneficiárias têm de abrir conta bancária, e estamos neste processo porque muitos não tinham conta. Estamos a acelerar este processo para cobrir a protecção das pessoas em primeiro lugar, ao mesmo tempo que se trabalha na recuperação infra-estrutural”, explica.
O Primeiro-Ministro regressou ontem a São Vicente para uma visita oficial de três dias. De acordo com uma nota do Governo, a agenda inclui encontros, visitas a infra-estruturas, empresas e comunidades afectadas, bem como contatos directos com famílias e pequenos negócios. No terreno, o Chefe do Governo vai ainda verificar as condições de realojamento definitivo de várias famílias.