A medida faz parte de um plano abrangente, apresentado hoje à imprensa pelo vice-presidente do partido, João do Carmo.
“Propomos a criação de uma Unidade de Reconstrução de São Vicente independente e temporária, com representação municipal, governamental, sociedade civil, sector privado e peritos técnicos, responsável pela coordenação, transparência e seguimento dos projectos. Também propomos a criação de um Fundo de Reconstrução de Acesso Rápido com mecanismo simples de candidatura para microempresários e informais para subvenções, microcrédito e linhas de crédito condizentes, acompanhado de auditoria externa. Transparência absoluta, com publicação online de listas de beneficiários, contratos, cronogramas e relatórios de progresso, auditorias periódicas e participação da sociedade civil”, afirma.
O documento divulgado propõe acções em 12 áreas estratégicas, incluindo ambiente, saneamento, gestão de resíduos, habitação social, infraestruturas rodoviárias, desportivas, portuárias e aeroportuárias, dessalinização de água, juventude, segurança, turismo e eventos.
O inventário das zonas de risco e proibição de construções em áreas vulneráveis, a reabilitação urgente das redes de esgoto, a reconstrução de estradas e pontes com normas resistentes a cheias, eliminação das casas de lata e construção de habitação social resiliente e criação de programas de emprego para jovens ligados à reconstrução sustentável são algumas das medidas apresentadas.
O PAICV critica a morosidade e a falta de coordenação nas acções do Governo e da Câmara Municipal após as cheias.
“O facto é que, depois das chuvas e dos anúncios públicos, a acção efectiva do Governo e da Câmara Municipal tem sido, para muitos cidadãos e actores locais, residual face às expectativas, com denúncias públicas de morosidade, falta de coordenação e inércia na condução desta emergência. Assistimos a demonstrações claras de falta de coordenação, inércia preocupante e inépcia na condução deste momento crítico. A lentidão na assistência directa, a desorganização na distribuição de apoios e a ausência de um comando único e eficaz estão a prolongar o sofrimento dos cidadãos e a comprometer a recuperação. Consideramos ser indispensável conciliar respostas imediatas com uma visão de reconstrução estruturante”, observa.
João do Carmo apela à união de esforços e sublinha que o PAICV “coloca-se à disposição” para trabalhar com todas as forças vivas para que São Vicente não seja apenas reconstruída, mas se “transforme num exemplo de resiliência e desenvolvimento sustentável".