"As pessoas não estão a viver melhor", conclui Janira depois de visita a São Vicente

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,23 out 2019 8:51

Janira Hopffer Almada
Janira Hopffer Almada(Inforpress)

​A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) afirmou terça-feira, em São Vicente, que passados três anos e meio de mandato, não se conseguem ver investimentos do Governo em São Vicente.

Janira Hopffer Almada falava à margem do encontro com os militantes e simpatizantes do PAICV em São Vicente, após ter visitado a delegação do Instituto Cabo-Verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) o Centro Juvenil Nhô Djunga e a Oficina de Ti Nênê.

Segundo a presidente do PAICV, não é preciso fazer visitas para se constatar que não há “um verdadeiro investimento” na área social em São Vicente, sublinhando que basta apenas ouvir as mães chefes de família para constatar a situação.

“Basta ver e andar na rua e sentir que as pessoas não estão a viver melhor. E não poderiam viver melhor porque dizem que o país está a crescer a 5 por cento (%) mas a taxa de desemprego está em 12,12% e foram destruídos 15 mil empregos entre 2017 e 2018, sendo que em São Vicente foram cerca de 3000,” elucidou.

A líder do maior partido da oposição lembrou que as famílias mais vulneráveis “não sentem esse crescimento”, na saúde, na educação, na habitação e “não estão a sentir a nível da redução das desigualdades sociais.”

Para Hopffer Almada, esse crescimento concentra-se num “pequeno grupo de pessoas perto do poder” e os cabo-verdianos “não estão viver melhor.”

Isto porque “os salários não aumentaram”, mas “aumentou o custo de vida, da água, da electricidade, do gás, dos combustíveis e as pessoas têm menos recursos para viver.”

Na conversa com os militantes, a presidente do PAICV questionou sobre os projectos prometidos pelo Governo para São Vicente.

Citou os casos da Zona Económica Especial, da requalificação do aeroporto Cesária Évora para receber voos nocturnos internacionais, da criação de empregos dignos para os jovens, da promessa de se fazer de São Vicente uma referência mundial no turismo e cultura e da aposta nos transportes marítimos, entre outros.

“É que em todas essas áreas ou não há novidade ou está pior. Exemplo claro são os transportes marítimos e aéreos em que o segundo maior centro populacional de Cabo Verde foi excluído dos voos internacionais da companhia que tem capital público cabo-verdiano.”

Seguindo a mesma linha da líder, o presidente da Comissão Política Regional (CPR), Alcides Graça, afirmou que o slogan “juntos somos mais fortes”, que foi apresentado na campanha eleitoral e que ficou na cabeça dos sanvicentinos, “não trouxe nenhuma esperança” à ilha. 

“No próximo ano, vamos continuar a ter um São Vicente eclipsado que não acompanha o pelotão de desenvolvimento de Cabo Verde, cada vez mais retraído e com retrocesso em muitas áreas,” lançou Alcides Graça.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,23 out 2019 8:51

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  10 jul 2020 23:21

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