FMI e Banco Mundial defendem alívio imediato da dívida dos países mais pobres (Corrigida)

PorExpresso das Ilhas, Lusa,26 mar 2020 6:33

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) defenderam esta quarta-feira, com efeito imediato, uma suspensão da dívida oficial bilateral dos países mais pobres, entre os quais estão Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

“Com efeito imediato, e consistente com as leis nacionais dos países credores, o Grupo BM e o FMI apelam a todos os credores oficiais bilaterais que suspendam os pagamentos de dívida dos países [abrangidos pela] Associação para o Desenvolvimento Internacional (IDA, na sigla em inglês) que assim o solicitem”, lê-se num comunicado conjunto difundido esta quarta-feira em Washington pelas duas instituições financeiras internacionais.

“Isto vai ajudar os países da IDA com necessidades imediatas de liquidez a lidarem com os desafios colocados pela pandemia do novo coronavírus e dar tempo para uma análise do impacto da crise e sobre as necessidades de financiamento para cada país”, lê-se ainda no texto.

A IDA é uma instituição que funciona no âmbito do Banco Mundial com a missão de apoiar os 76 países mais pobres, entre os quais estão todos os países lusófonos africanos, à excepção de Angola e Guiné Equatorial.

Neste apelo ao G20, o BM e o FMI apelam a estes países “que façam esta avaliação, incluindo a identificação dos países em situação de dívida insustentável, e preparem propostas para uma acção abrangente dos credores oficiais bilaterais sobre as necessidades de financiamento e de alívio de dívida nestes países”.

O grupo dos 20 países mais industrializados está esta semana a realizar um conjunto de reuniões no seguimento da pandemia da COVID-19, tentando delinear um plano de acção conjunto.

“O FMI e o BM acreditam que neste momento é imperativo fornecer um sentimento global de alívio aos países em desenvolvimento, bem como um forte sinal aos mercados financeiros”, conclui-se no comunicado, que incide apenas sobre a dívida bilateral e não sobre a dívida emitida nos mercados internacionais e detida por investidores privados ou institucionais.

Dos países lusófonos, apenas São Tomé e Príncipe não tem, até ao momento, registo de contágio pelo novo coronavírus.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infectou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

O continente africano registou 64 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.300 casos.

Vários países adoptaram medidas excepcionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

CORRECÇÃO (às 9h15): Corrige-se o título da notícia. O anterior título da notícia falava em "perdão imediato" do pagamento dívida. O que está em causa, em rigor, é a suspensão desse pagamento, devido ao impacto da pandemia da COVID-19, aos países pobres que o solicitem. 

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,26 mar 2020 6:33

Editado porSara Almeida  em  28 dez 2020 23:21

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