Patcha quer “nova liderança” na LIGOC-SV

O Presidente do Grupo Carnavalesco de Monte Sossego, António Duarte, ‘Patcha’, condiciona a permanência à frente do grupo vencedor do Carnaval de São Vicente à mudança de liderança na Liga Independente dos Grupos de Carnaval de São Vicente (LIGOC-SV).

Patcha contesta algumas tomadas de posição, tanto por parte da Liga, como da Câmara Municipal.

“Violação de regulamentos, normas estatutárias que não são cumpridas por todos. Depois existem excepções não justificadas. Todas estas situações acabam por agastar e não sou hipócrita, não sou cínico de forma nenhuma, exponho sempre as minhas ideias, sou muito frontal”, clarifica.

“Um dos últimos foi a nossa não participação na abertura oficial, porque não concordámos como a forma como foi realizado. Atropelos vários, não respeito de documentos produzidos pelo conselho deliberativo, que é o órgão da LIGOC que funciona entre assembleias, ou seja, o órgão que tem o poder de trabalhar as questões essenciais do Carnaval”, acrescenta.

Em final de mandato, os órgãos sociais da LIGOC-SV deverão ir a votos nas próximas semanas.

No Grupo Carnavalesco de Monte Sossego, António Duarte completa sete anos à frente do actual campeão – foi eleito em 2019 para um terceiro mandato. Desde 2013, conquistou por três vezes o primeiro lugar. Fundado em 1984, o grupo do maior bairro de São Vicente cumpriu este ano a sua vigésima primeira participação.

“Estou disponível para, humildemente, continuar a contribuir para o crescimento do carnaval de São Vicente, desde que haja mudanças drásticas na Liga. A Liga precisa de se afirmar enquanto do Carnaval de São Vicente. As tomadas de decisão têm de ser firmes”, reforça.

Monte Sossego venceu o Carnaval de São Vicente. Em segundo lugar ficou o Cruzeiros do Norte. O terceiro posto pertence a Vindos do Oriente. No quarto lugar, Estrela do Mar. Em quinto, e último, o Flores do Mindelo.

Nos prémios individuais o domínio também foi do colectivo que ensaia na Rua 1, ao levar para casa quase todos os troféus. Alcione Cruz foi escolhida como rainha. O título de primeira-dama de honor foi entregue a Cíntia Spencer. Cilene Camila foi eleita segunda-dama. A completar o trono, Fredwilson Sousa foi escolhido pelo júri como rei do Carnaval 2020. Ridson Monteiro venceu na categoria de mestre-sala e Kátia Ferreira foi eleita porta-bandeira. No que à música diz respeito, Constantino Cardoso arrebatou o troféu, com “Fatcha, Fatcha”.

A única excepção foi a rainha de bateria, entregue a Andreia Gomes, do grupo Cruzeiros do Norte.

“Quando vencemos, as perspectivas são sempre muito melhores, o balanço é sempre um balanço quase na íntegra de coisas positivas, estou pleno de satisfação pelo resultado alcançado, era esse o nosso objectivo. No entanto, existe algum amargo por alguns prémios individuais que não foram conquistados, nomeadamente a rainha de bateria”, comenta Patcha.

Em cima da mesa, para as próximas edições, está a possibilidade de os grupos oficiais passarem a desfilar à noite. António Duarte prefere focar-se na melhoria das condições oferecidas ao público.

“As condições devem ser melhoradas, nomeadamente as bancadas devem ser acompanhadas de casas de banho decentes, de um serviço de restauração em condições, para que as pessoas para que as pessoas venham para o circuito passar um dia”, exemplifica.

Este ano, Monte Sossego desceu para a Morada com um Carnaval orçado em 10.800 contos. Contas do grupo, foram recebidos 3.500 contos da Câmara Municipal e 830 do Ministério da Cultura. Foram também mobilizados patrocínios e parcerias com instituições privadas e falta agora cobrir uma pequena parte do orçamento. Patcha defende uma maior aposta na festa do Rei Momo.

“Ficou claro, este ano, o nível de cobertura mediática que havia no desfile. Precisa de ser feito um investimento, no mínimo, compatível com o alcance do Carnaval. Os dirigentes não podem, não devem sofrer mais para colocar um desfile na rua, por não haver um investimento compatível”, desabafa.

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Três grupos abandonam LIGOC-SV

Vindos do Oriente, Estrela do Mar e Flores do Mindelo estão em rota de colisão com a Liga Independente dos Grupos Oficiais de Carnaval de São Vicente (LIGOC-SV). Esta segunda-feira, anunciaram a saída da organização.

Os grupos contestam o processo de escolha dos elementos da direcção executiva, a constituição do corpo de jurados e a avaliação feita ao desfile deste ano.

Esta segunda-feira, aos jornalistas, Dirce Vera-Cruz, jurista e integrante do Vindos do Oriente, disse que a direcção da LIGOC-SV terá sido recomposta de forma “ilegítima”, após a saída de quatro dos seus membros.

“Temos elementos dentro da direcção executiva [vice-presidentes] que não foram escolhidos pelos grupos e que estão lá a tomar decisões, nomeadamente do próprio corpo de jurados e toda a votação”, comentou.

De igual modo, os três grupos entendem que a LIGOC violou o regulamento ao não publicar, até 22 de Fevereiro, a lista de jurados.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 953 de 4 de Março de 2020. 

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Autoria:Nuno Andrade Ferreira, Fretson Rocha,8 mar 2020 7:46

Editado porSara Almeida  em  3 dez 2020 23:20

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