Com o término do estado de emergência, aos poucos os restaurantes começam a retomar as suas actividades sem esquecer a música ao vivo, como forma de diversificar os seus serviços e uma aposta que há muito tem conquistado os amantes da música.
Com a pandemia os restaurantes foram obrigados a fecharam para evitar a propagação do vírus e os artistas que actuavam nesses espaços ficaram sem emprego. Foi nesse sentido que surgiram várias iniciativas de animação nas redes sociais durante esse período do confinamento.
O Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas solidarizou-se com os profissionais do sector da cultura – músicos, artistas plásticos, dançarinos e humoristas – que ficaram sem os seus rendimentos durante a quarentena criando o programa “Enpalco100Artistas” com actuações online, que já vai na sua segunda edição.
Música ao vivo
Na Cidade da Praia, vários restaurantes que apostam na música ao vivo, com a retoma das suas actividades continuaram com a mesma oferta. O Expresso das Ilhas quis saber como é que está a ser essa retoma e a aposta na música ao vivo.
O restaurante Quintal da Música, na Cidade da Praia, aberto de segunda a sábado, apresenta um programa diversificado de música ao vivo por onde têm passado muitos artistas de renome para animar a clientela que escolhe jantar num ambiente diferente. Devido à pandemia do novo coronavírus tudo mudou, não há aquele movimento que existia antes desse vírus que tem assolado o país e o mundo.
Ália Santos, administradora do Quintal da Música explica que reabriram as portas, mas devido à redução da clientela, tiveram que encerrar até a reabertura das fronteiras.
Já o Divin’Art, na ilha de Santo Antão, um espaço cultural onde o ponto forte é o turismo, música ao vivo e eventos culturais (música/poesia, Bar/Restaurante (gastronomia tradicional), mantém-se aberto e a receber a clientela.
O gerente do espaço, Helder Bentub, explica que devido à pandemia da COVID-19 tiveram quase quatro meses de portas fechadas. “Tivemos prejuízos incalculáveis, pois o espaço é alugado e para assegurar o negócio tivemos que pagar a renda mesmo estando de portas fechadas”.
Aos poucos, com muita cautela e ajuda das autoridades sanitárias, esclarece o gerente do Divin’Art, retomaram as actividades, oferecendo música ao vivo todos os fins de semanas, mas com limite de pessoas no espaço, respeitando todas as regras de distanciamento social.
“Está a ser um momento muito complicado visto que o número de pessoas não dá para arcar com as despesas para pagamento dos artistas e staff”, declara, frisando que neste momento estão a aguardar a reabertura dos voos para saberem como é que esse mercado vai reagir.
De sublinhar que o Governo prolongou a retoma dos voos internacionais, inicialmente previsto para início de Julho, foi adiado para o mês de Agosto, devido ao aumento de casos do novo coronavírus no país. A nível interno, os voos entre as ilhas também foram prolongados para 15 deste mês.
Em relação aos eventos culturais, o Governo anunciou que, se tudo correr bem, serão retomados a 1 de Outubro.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 971 de 8 de Julho de 2020.