Estas mensagens foram deixadas pelos responsáveis pelas entidades de gestão colectiva do país, no Dia Mundial do Autor, que se celebra hoje.
Para o presidente da Sociedade Cabo-verdiana de Autores (SOCA), Daniel Spínola, o dia de hoje é apenas simbólico, porque todos os dias são dias de celebrar os autores, defender e salvaguardar os seus interesses.
Entretanto, Daniel Spínola aproveita esta data para deixar uma mensagem de união e de congregação dos esforços à volta das sociedades de gestão colectivas.
Pois, sublinhou, a união faz a força e é só assim é que vão conseguir pôr cobro a situação de “ilegalidade” que acontece no país, ao utilizarem os trabalhos dos autores e artistas sem pagarem os direitos.
“Todos os artistas e autores devem unir-se (…) para que possamos atingir o objectivo maior que é cobrar e distribuir os direitos e, portanto, ressarcir aos autores e artistas. Só fazendo um trabalho conjunto é que poderemos levar os autores e artistas a receberem pelos trabalhos que têm feito e que não são pagos”, advertiu.
Daniel Spínola, que ao longo dos anos tem transmitido esta mensagem, disse à Inforpress que alguns artistas e autores estão consciencializados, mas ainda há outros que não têm procurado as instituições que defendem os seus direitos.
“Para o trabalho avançar é preciso que todos estejam com essa consciência e esta vontade, porque muitos artistas são individualistas, querem fazer o percurso a solo e conseguir as suas coisas e alguns que já têm alguma fama pensam que já estão lá em cima e acham que não precisam de ninguém mais”, disse, contestando de que é preciso estarem de mãos dadas em todos os momentos.
Neste sentido, Daniel Spínola deixa um apelo para que os autores e artistas aderem a esta causa, entrando nas fileiras das sociedades de gestão de autores.
Por sua vez, Solange Cesarovna, presidente da Sociedade Cabo-verdiana de Música (SCM), começa a sua mensagem felicitando todos por “tudo de extraordinário” que tem dado a Cabo Verde, ao longo da sua história.
Ainda deixou um reconhecimento pela “resiliência e resistência” de todos durante esta época da pandemia e que, não obstante as dificuldades do sector, que vem de longa data, continuam com o “firme compromisso” de o desenvolver.
“Continuamos a dizer que eles podem contar connosco para que este sector se desenvolva, por um nível de sonhos que todos da área criativa em Cabo Verde tenham, muito em especial os nossos músicos e autores que a SCM defende no dia-a-dia”, disse, garantindo que a SCM vai continuar a construir, a assinar protocolos e a elaborar projectos nacionais e internacionais em prol dos seus associados.
Solange Cesarovna diz estar confiante de que a pandemia irá passar e as actividades vão voltar e a SCM estará a fazer de tudo para apoiar no regresso, paulatino, das actividades.
Mas, também, reforçou, vão continuar a exigir uma remuneração justa pela utilização das obras e propriedade intelectual dos artistas e autores em Cabo Verde e no mundo.
A SCM compromete-se ainda a dar passos “firmes”, em parceria com a CISAC, da OMPI, e com todas as entidades congéneres estrangeiras, tanto no âmbito do licenciamento digital, como no âmbito de outras iniciativas que estão a ser criadas para que a defesa do direito dos autor e artista se consolide a nível mundial.