O Fundo Monetário Internacional (FMI) lançou esta terça-feira as suas previsões para a economia mundial. Segundo o World Economic Outlook, a economia cabo-verdiana cresceu 4% em 2017 e deverá chegar aos 4,2% este ano. Para 2019 e 2020 as previsões mantêm-se nos 4%.
Já a inflação, depois de ter tido uma evolução negativa em 2016 (-1,4%) e de em 2017 ter chegado aos 0,7%, o FMI prevê que em 2018 seja de 1% enquanto em 2019 chegue aos 1,6%. Em 2020 deverá, ao que indicam as previsões, chegar aos 2%.
Os dados do desemprego avançados pelo FMI diferem dos que foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística em Abril deste ano. Segundo o INE, em 2017, a taxa de desemprego em Cabo Verde era de 12,2%. No entanto, o relatório do Fundo Monetário Internacional aponta para os 9% em 2017 (menos 3,2% que o INE) e para 2018 e a previsão é que o desemprego desça para os 8,5% em 2018 mantendo-se a esse nível até 2020.
A previsão para a balança de pagamentos é o factor negativo deste relatório do FMI.
Segundo o World Economic Outlook, depois de, em 2016, ter terminado com uma variação de -2,4% e de -6,2% do PIB em 2017, para 2018 os economistas do FMI prevêem que o desequilíbrio se agrave com o ano a terminar com uma evolução negativa de 9,1% do PIB.
Comparação com Abril
Em Abril, aquando da publicação do World Economic Outlook, o FMI estimava que a economia cabo-verdiana cresceria a 4,3% (mais 0,1% do que o previsto agora no novo documento). Para 2019, o WEO apostava num abrandamento da economia nacional, já a partir de 2019, com as projecções de crescimento do PIB a chegarem ‘apenas’ aos 4% e a coincidirem com o relatório agora publicado.
Quanto à inflação, a projecção do FMI era, em Abril, mais modesta do que a feita pelo Banco de Cabo Verde. Enquanto o FMI previa um crescimento dos preços na ordem de 1% em 2018, o BCV apontava para uma barreira mais elevada, situando-a no intervalo entre os 1,75 e os 2,75%.
Economia mundial revista em baixa
Preocupados com os impactos de uma escalada dos conflitos comerciais e colocados perante os resultados menos fortes do que o previsto do arranque de 2018, os responsáveis do Fundo Monetário Internacional confirmaram esta terça-feira a revisão em baixa das suas projecções para a economia mundial, um destino a que não escapa a zona euro e que pode servir como um sinal de alerta para os governos numa altura em que preparam os seus orçamentos para o próximo ano.
Nas previsões de Outono publicadas pelo Fundo, o crescimento antecipado para a economia mundial é agora de 3,7% este ano e no próximo, um valor que fica a 0,2 pontos percentuais abaixo das projecções que tinham sido efectuadas em Julho.
O relatório explica que “os riscos negativos para o crescimento global cresceram nos últimos seis meses e o potencial para surpresas pela positiva diminuiu”, concluindo que a expansão da economia mundial se tornou agora “menos equilibrada e pode ter atingido o seu máximo em algumas das principais economias”.
A zona euro é uma dessas economias onde esse pico já pode ter passado. O Fundo antecipa um crescimento de 2% este ano, retirando 0,2 pontos percentuais à anterior previsão, e um novo abrandamento para 1,9% em 2019.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 880 de 10 de Outubro de 2018.