Segundo um balanço dos primeiros 10 dias de operações, numa nota à comunicação social, a empresa CV Interilhas revelou que "aumentou de forma significativa" o número de ligações, duplicando comparativamente ao que existia anteriormente.
Do total de 21.390 passageiros transportados nas 120 ligações, 14.799 foram na ligação entre Santo Antão e São Vicente, a rota marítima mais movimentada do arquipélago.
A empresa indicou que outras medidas como a separação de passageiros e cargas no transporte entre ilhas "estão a ser devidamente cumpridas, permitindo o aumento de segurança e eficiência e a melhoria do cumprimento dos horários de partida dos navios".
No que respeita à gestão e venda dos bilhetes, que tem suscitado várias reclamações dos passageiros, a CV Interilhas adiantou que foram abertos nos últimos dois dias novos postos de venda ao público, tanto em São Vicente como na Praia, junto aos locais de embarque, permitindo a redução do tempo de espera.
Passageiros obrigados a esperar várias horas ao sol por um bilhete para Santo Antão
Os passageiros que utilizam a linha marítima São Vicente-Porto Novo estão descontentes com aquilo que classificam de "caos" na venda de bilhetes. Ineficiências do serviço, que não responde à demanda dos utentes, e longas filas de espera ao sol são algumas das reclamações apresentadas hoje por passageiros ouvidos pela Rádio Morabeza.
A compra de bilhetes online também já é possível, sublinhou a concessionária, esclarecendo que todas as situações relativas a problemas com bilhetes ou com embarques têm sido devidamente resolvidas com os passageiros.
Na nota, o director financeiro Aniceto Soares sublinhou a "redefinição e optimização" de algumas linhas, que resultou na criação de novos serviços que anteriormente não existiam, nomeadamente, a ligação directa e regular, duas vezes por semana, entre as ilhas do Sal e da Boa Vista com São Vicente e com a Praia, e o aumento de mais uma viagem na rota de ligação das ilhas de São Vicente e Santo Antão - que era habitualmente servida por dois barcos e agora tem apenas um.
"Uma mudança tão profunda e estruturante com a introdução de um conjunto significativo de novas rotas, práticas e metodologias de trabalho não se esgota nas suas primeiras semanas de atividade", salientou a CV Interilhas, sublinhando que há uma "período inicial de ajuste" para afinar todos os aspetos operacionais e um posterior processo de melhoria contínua.
A empresa destacou igualmente a criação de novos postos de trabalho e a manutenção da maioria dos recursos humanos das empresas que se juntaram ao projeto, adiantando que os salários foram ajustados, resultando num aumento médio de 25% face ao que era praticado.
As viagens são efetuadas com recurso a quatro navios, o "Inter Ilhas", do armador Polaris, o "Liberdadi", Kriola e "Praia D'Aguada", do armador CV Fast Ferry.
A concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga entre as ilhas de Cabo Verde, por 20 anos, entrou em vigor em 15 de agosto, sob a liderança da portuguesa Transinsular.
Foi criada a CV Interilhas, detida em 51% pela Transinsular e Transinsular CV, do Grupo ETE, enquanto os restantes 49% são detidos pelos armadores cabo-verdianos.