É a reacção do marítimo depois de ter sido afastado de funções.
O ocorrido remonta a meados de Outubro, altura em que a paragem dos navios Liberdadi e Kriola, devido a avarias, e do Praia d’Aguada, para uma manutenção programada, levou à redução da frota da companhia, de 5 para 2 navios.
A CVI negou que o despedimento esteja relacionado com os protestos do tripulante, por causa da carga horária, mas sim devido ao “resultado da sua prestação observada durante o período experimental” do contrato de trabalho.
Em comunicado enviado às redacções, o ex-imediato do Sotavento, que é também um dos accionistas cabo-verdianos da empresa, assegura que no período experimental contratual “nunca houve nenhuma avaliação e reclamação do seu mau desempenho”.
André David reafirma a denúncia feita pelo Simetec, sindicato que o representa, de que o despedimento foi feito na sequência das denúncias de carga horária excessiva.
“Afirmo que as declarações feitas pelo Simetec, relatam exactamente os factos como deveras aconteceram ao longo dos dias que estivemos a trabalhar excessivas horas extraordinárias sob stress tremendo, cansaço físico e psicológico”, lê-se na nota emitida esta sexta-feira.
Sobre o pagamento pela CVI de um subsídio de isenção de horário de 35% da retribuição base mensal, para “suportar situações extraordinárias”, André David afirma que “é prática” das companhias cabo-verdianas, não podendo, o trabalho extraordinário, ultrapassar as duas horas diárias.
André David acusa a concessionária de serviço público de colocar em causa o seu desempenho profissional, “por zelar pelos direitos e bem-estar dos tripulantes”.