Simetec denuncia alegada violação de direitos de trabalhadores da CVI

PorLourdes Fortes, Rádio Morabeza,30 out 2019 16:03

O Simetec denuncia aquilo que considera de violação dos direitos dos trabalhadores da Cabo Verde Interilhas (CV). Em causa, alegadamente, carga horária excessiva.

Denuncia feita hoje pelo sindicalista que representa a classe, Tomás Delgado de Aquino, que alerta para o risco que tal facto, no seu entender, representa para a vida dos passageiros e tripulantes.

Segundo o Sindicato de Metalomecânica, Transportes, Comunicações e Turismo (Simetec), que representa a classe, a questão da sobrecarga horária é recorrente e já terá sido verificada na linha São Vicente - Santo Antão e, mais recentemente, nas rotas para Santiago - Fogo - Brava e Maio.

“Alertamos as autoridades marítimas com competências de fiscalização nesta matéria, mas sobretudo ao governo, não só pela violação da legislação laboral do país, por parte da Cabo Verde Interilhas, como também pelo facto da submissão dos trabalhadores à excessiva carga horária colocar em risco a vida das pessoas nos mares de Cabo Verde”, alerta.

“Face à atitude da CV Interilhas, a qual tem contado com a permissão e passividade das autoridades marítimas, a direcção do Simetec vem publicamente denunciar e repudiar tais práticas, por configurarem trabalho forçado em pleno século XXI”, acrescenta.

Conforme Tomás de Aquino, "os tripulantes do navio Sotavento chegam a trabalhar 80 horas por semana, quando o limite máximo estabelecido pela lei e no contrato de trabalho é de 44 horas semanais".

O sindicato denuncia, também, a alegada intimidação de trabalhadores por parte do CVI, concessionária dos transportes marítimos, desde 15 de Agosto. Posição justificada com o despedimento de um imediato nas rotas Santiago – Fogo - Brava e Maio, naquilo que o sindicato considera ter sido uma retaliação.

“A direcção da CVI ordenou o despedimento do Imediato do navio, que por sinal é também um dos accionistas cabo-verdianos nesta empresa, e desencadeou um processo de transferência dos outros trabalhadores para outros navios da companhia, numa clara tentativa de os intimidar e perseguir, só pelo simples facto de terem reclamado um direito que por lei lhes assiste”, afirma.

Entretanto, segundo o próprio sindicalista, “a transferência dos trabalhadores não chegou a ser concretizada”.

Tomás Delgado de Aquino garante que o sindicato tudo fará, nas instâncias próprias, para defender os direitos do trabalhador despedido.

Perante as denúncias sindicais, a Rádio Morabeza e o Expresso das Ilhas procuraram desde manhã obter uma reacção por parte dos responsáveis da CVI, mas tal não foi possível até ao momento.  

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Autoria:Lourdes Fortes, Rádio Morabeza,30 out 2019 16:03

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  18 jul 2020 23:21

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