A cerimónia de posse de Jorge Maurício, ex-PCA da Enapor, como novo líder da Câmara de Comércio do Barlavento (CCB) deveria acontecer esta terça-feira, no auditório da Universidade do Mindelo, presidido pelo ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro.
Em declarações à Inforpress, o empresário Alexandre Novaes número dois da lista TED – Por um Tecido Empresarial Dinâmico – explicou que submeteram a providência cautelar para impugnar a eleição de Jorge Maurício, por entenderem que o processo foi “extremamente autoritário”.
Segundo a mesma fonte, o advogado considerou que “há matéria jurídica para impugnar” a assembleia geral de 04 de Setembro, porque a candidatura da lista TED foi rejeitada com a justificativa de que “faltava um carimbo” e porque “não tinham indicado a representação das ilhas”, uma exigência, acrescentou, que “não consta dos estatutos.
“A impugnação foi feita pelo advogado António Delgado e o processo foi extremamente autoritário. Por uma simples falta de carimbo resolveram eliminar a nossa lista, num momento de participação histórica, quando a mesa da assembleia-geral poderia dizer vocês tem 30 minutos para trazer o carimbo”, explicou o empresário.
Além disso, adiantou Alexandre Novais, a assembleia-geral “aconteceu sem a presença dos dois vogais”, mas, “apenas com o presidente, cuja empresa constava da lista vencedora”, o que o levou a considerar que “há muitas coisas a dizer do ponto e vista da ética e da transparência”.
Alexandre Novais, que pertence a lista de Rafael Vasconcelos, disse que ficaram “espantados” com o convite da cerimónia de posse do novo PCA. No seu entender, trata-se de “uma fuga em frente da direcção da Câmara de Comércio que, mesmo sabendo que havia uma providência cautelar, agendou a cerimónia”.
“Fomos ao tribunal com o nosso advogado e soubemos que havia alguns dias que estavam a tentar notificar a CCB, mas não conseguiam localizar o presidente. Mas, no dia seguinte ao que parece eles receberam a notificação”, acrescentou.
Em jeito de remate, a mesma fonte observou que “a CCB, além de ser uma associação privada, ela é importante para esta região e ela tem que estar acima dos jogos de grupos e dos interesses particulares e tem que pautar para ser a melhor organização possível para dar o melhor contributo à região”.
As tentativas de contacto da Inforpress com o presidente cessante da Câmara de Comércio do Barlavento, Belarmino Lucas, e com o recém-eleito PCA, Jorge Maurício, revelaram-se infrutíferas.
A Câmara de Comércio do Barlavento surgiu da fusão entre a Associação Comercial, Industrial e Agrícola do Barlavento (ACIAB) e a Câmara do Comércio Indústria e Serviços da região (CCIASB).
A fusão das duas entidades aconteceu numa assembleia geral extraordinária em Janeiro de 2012.
Esta associação conta com cerca de 400 sócios, entre os quais profissionais liberais, micro, pequenas, médias e grandes empresas, que integram a rede empresarial, que teve origem na Associação Comercial, Industrial e Agrícola do Barlavento (ACIAB), fundada em 1918.