Em nota enviada às redacções a MHI esclarece que “é somente a empresa responsável pela gestão hoteleira, contratada pelo TRG para supervisionar e controlar as operações de seus hotéis”, mais concretamente o Meliá Dunas, Sol Dunas, Meliá Tortugas, Meliá Llana, e TUI Sensimar.
Assim, a empresa administra a operação hoteleira dos resorts, actuando “em Cabo Verde há muitos anos” e sempre, conforme destaca, cumprindo com os compromissos e mantendo uma performance que contribui “para a estabilidade dos postos de trabalho hoteleiros e para garantir a boa reputação e dinamização do destino em Cabo Verde”.
A Meliá reconhece os enormes prejuízos para empregadores em todo o mundo, em geral, e em Cabo Verde, em particular, com a suspensão quase total das viagens, mas demarca-se da acção tomada pela TRG. O impacto da pandemia “ não justifica de forma alguma o não cumprimento das normas trabalhistas e dos direitos dos trabalhadores”, sublinha.
“Como gestores hoteleiros, nunca fizemos parte da gestão interna do TRG. A equipe é contratada pelo TRG, o qual decidiu, unilateralmente, reduzir o pagamento dos salários dos empregados, contrariando as leis e regulamentos aplicáveis”, esclarece.
Discordando da decisão, que considera ilegal, a MHI instruiu “o gerente administrativo do hotel em Cabo Verde e outros gerentes a manifestarem sua discordância com esta decisão unilateral adoptada pela TRG”, tendo-se solicitado que não assinem a folha de pagamento.
Na nota, a empresa solicita ainda “formalmente ao TRG que reconsidere esta decisão, revogue-a e adapte seu comportamento à regulamentação legal cabo-verdiana, reparando imediatamente as presentes violações”.
A MHI, que diz estar extremamente preocupada com a situação actual, informa ainda que já conversou com o Governo de Cabo Verde manifestando apoio para que se encontre uma solução viável e favorável para esta situação, ”de modo que os hotéis de Cabo Verde estejam preparados para reiniciar com sucesso suas operações, quando a crise da COVID-19 terminar e assim que os turistas puderem regressar ao seu maravilhoso país”.
A nota de esclarecimento enviada às redacções surge após o protesto dos trabalhadores do Hotel Meliã, em ‘lay off’, no Sal, contra a “decisão unilateral” da administração da empresa pretendia dar 11 mil escudos de salário, em vez dos 35% estabelecidos na lei.
A UNTC-CS veio a público solidarizar-se com os trabalhadores, acusando as autoridades cabo-verdianas de “descaso e abandono total” desses trabalhadores.
Em reacção às declarações da secretária geral da central sindical, a Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) deu uma conferência de imprensa, revelando ter dado cinco dias à Dunas Beach Resort S.A., no Sal, para pagar os 35% devidos aos trabalhadores abrangidos pelo regime “lay-off”.