Governo lança Oferta Pública de Venda de 27,44% das acções da Caixa Económica detidas pelo Estado

PorEdisângela Tavares,10 jan 2024 14:10

O governo lançou hoje, através da Bolsa de Valores, a Oferta Pública de Venda (OPV) de 27,44% da participação estatal na Caixa Económica, com o período de venda a decorrer de 11 de Janeiro a 23 de Fevereiro de 2024. As acções serão comercializadas a 4.080 escudos cada e podem ser adquiridas através da plataforma Blu-X ou dos bancos intermediários, designadamente BAI, BCA, BCN, BI, CAIXA e IIB.

O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Valores, Miguel Monteiro, expressou otimismo durante o lançamento da Oferta Pública de Venda (OPV) de 27,44% das acções da Caixa Económica detidas pelo Estado.

“Vislumbramos inúmeras vantagens da presente oferta pública de venda, na qual destacamos a eventual atração do capital estrangeiro, o aumento considerável do número de investidores, o que promoverá certamente maior liquidez e atractividade para o nosso mercado de capitais, mas também uma oportunidade clara para a nossa Diáspora colocar parte das suas poupanças”.

Miguel Monteiro lembrou que desde 2023, a Diáspora está isenta de impostos sobre o rendimento nos investimentos feitos através da Bolsa de Valores, e sublinhou que a iniciativa não só fortalecerá a economia nacional, como também, contribuirá para o amadurecimento do mercado de capitais cabo-verdiano.

Destacando a estratégia de privatização do governo, Monteiro enfatizou a importância da OPV para modernizar e expandir o mercado financeiro cabo-verdiano e mencionou o preço de venda de 4.080 escudos, ressaltando que a oferta representa uma oportunidade para atrair capital estrangeiro, aumentar o número de investidores e fortalecer a economia nacional. 

"Esta operação de venda de acções está inserida na agenda do Governo para privatização, alienação parcial, concessão ou parceria pública ou privada de empresas do sector empresarial do Estado, reflectindo a estratégia do Governo de permitir que o sector privado conduza a dinâmica empresarial e este movimento, pensamos nós, é crucial para a modernização e expansão do mercado financeiro cabo-verdiano."

Por sua vez, o Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia, no seu discurso de encerramento do evento ressaltou a relevância da Caixa Económica para o sistema bancário e a economia do país, apresentando dados financeiros significativos, incluindo activos, recursos de clientes e recursos próprios. O governante enfatizou que a operação realizada através da Bolsa de Valores de Cabo Verde, destaca a importância da transparência e o seu contributo para a consolidação do mercado financeiro e de capitais.

“Trata-se aqui do cumprimento de uma promessa que assumimos a quando da compra temporária dessas participações que hoje detemos na Caixa Económica através do Tesouro. Fizemo-la na altura por razões de interesse público, e por isso nós estamos aqui hoje perante um processo que não se configura uma decisão nova, mas estamos a devolver aos privados as participações que já detinham na altura. 27,44% de capital, cerca de 381.904 acções, o valor do mercado que gira em torno de 1,5 milhão de escudos.

O Vice-Primeiro Ministro destacou ainda a importância de aumentar a participação privada no sector bancário, considerando isso positivo para o mercado, colaboradores e abrindo portas para parcerias e acesso a instrumentos reservados a empresas com forte participação no sector financeiro.

Olavo Correia aproveitou a ocasião para abordar o tema dos desafios climáticos urgentes, incluindo a emergência energética e hídrica em Cabo Verde, instando a uma mudança de atitudes e comportamentos.

"Por isso, temos que olhar para esse tema, como os demais temas que são processos para o nosso futuro, como uma emergência. É fazer com escala, com velocidade, no tempo certo, aquilo que tem de ser feito. Infelizmente, Cabo Verde é um país que enfrenta uma emergência energética e uma emergência hídrica, mas nós vivemos como se fôssemos um país rico em energia e um país rico em água. Temos de mudar de atitude e de comportamento e ter uma estratégia condizente com a nossa condição de país que enfrenta uma emergência energética e hídrica e que tem de melhorar. E, no fundo, criar soluções para avançarmos em relação a esta matéria."

Quanto aos detalhes da operação, estão em oferta um total de 381.904 acções, representativas de 27,44% do capital social da Caixa Económica de Cabo Verde. O preço de venda estipulado é de 4.080 CVE por acção.

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Autoria:Edisângela Tavares,10 jan 2024 14:10

Editado porAndre Amaral  em  28 abr 2024 23:28

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