"Hoje, todos os poderes estão de acordo que é preciso detê-la (a guerra)", disse António Guterres numa entrevista à emissora de rádio "France Inter", sublinhando que esta é uma posição compartilhada pela Rússia, pelos Estados Unidos, pela Europa e por "algumas potências da região".
Por isso, considerou que "há uma oportunidade para fazer compreender aos atores directos desse conflito (...) que finalmente é uma guerra que ninguém ganhará (...) e deve haver uma solução política".
O problema é que, "por enquanto, a coligação (liderada pela Arábia Saudita) parece determinada a conquistar Hodeida", um porto fundamental para o fornecimento de ajuda humanitária e cuja destruição criaria "uma situação absolutamente catastrófica".
As palavras de Guterres ocorrem um dia depois de esta crise ser o tema das reuniões realizadas, no domingo, entre alguns dos líderes das grandes potências em Paris, por ocasião das cerimónias do centenário do armistício da Primeira Guerra Mundial.
O secretário-geral da ONU disse que a situação humanitária no Iémen é "absolutamente desastrosa".
Guterres observou que a ONU oferece ajuda humanitária a oito milhões de pessoas naquele país, um número que pode aumentar para 14 milhões em 2019, mas que há o risco de ocorrer "a maior fome dos últimos anos".
"Sem essa ajuda humanitária, teríamos uma fome de uma dimensão desconhecida neste século", alertou.