O tónico, feito à base de artemísia, foi anunciado por Madagáscar como sendo eficaz na prevenção e tratamento das infecções pelo novo coronavírus.
"Estamos cientes de que foram feitas várias alegações de uma cura da COVID-19 em diferentes partes do mundo, mas só podemos apoiar e endossar produtos que se tenham revelados eficazes através de estudos científicos", refere, em comunicado divulgado à imprensa, a CEDEAO.
A CEDEAO salienta que a sua instituição de saúde, a Organização de Saúde para a África Ocidental, está a trabalhar com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana e com consórcios nacionais, regionais e internacionais de pesquisa para "promover a busca científica de uma cura".
"Estamos a trabalhar com Estados-membros sobre alguns dos medicamentos disponíveis para ensaios clínicos e para uso compassivo em determinados casos graves. Alguns dos centros de excelência da medicina tradicional no espaço CEDEAO também estão a investigar produtos de potencial eficácia", refere o comunicado.
Além dos lusófonos Guiné-Bissau e Cabo Verde, a CEDEAO é composta pelo Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
O director do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana, John Nkengasong, disse esta quinta-feira que qualquer tratamento para a COVID-19 tem de provar a sua segurança e eficiência através de ensaios clínicos independentes.
O Presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, anunciou, em 22 de Abril, a criação do Covid-Organics, uma bebida natural à base de artemísia desenvolvida pelo Instituto de Investigação Aplicada do país para prevenir e curar a COVID-19.
Desde então, vários países africanos manifestaram a intenção de experimentar o remédio e alguns, incluindo a Guiné-Bissau e a Guiné Equatorial, que já receberam carregamentos da bebida.
A União Africana (UA) anunciou, na semana passada, estar em conversações com Madagáscar para obter os dados técnicos relativos à segurança e eficácia do remédio e John Nkengasong explicou que convidou os cientistas de Madagáscar que estão a liderar este processo a integrarem o grupo de trabalho técnico do África CDC para a COVID-19.
A Organização Mundial de Saúde para África recomendou, na semana passada, que as novas terapias baseadas em farmacologia tradicional sejam submetidas a testes rigorosos antes de ensaios em grande escala.
O número de mortos devido à COVID-19 em África ultrapassou hoje os dois mil, com mais de 51 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A nível global, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 260 mil mortos e infectou cerca de 3,7 milhões de pessoas.
Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.