O exército israelita disse que as operações contra a Faixa de Gaza visam erradicar o Hamas e que, "uma vez terminada a guerra, não haverá qualquer ameaça militar" do enclave palestiniano.
Um porta-voz militar, Jonathan Conricus, disse numa publicação das Forças de Defesa de Israel nas redes sociais que as comunidades israelitas em torno da Faixa de Gaza "não podem viver" com a ameaça do Hamas por perto.
"Se não erradicarmos o Hamas, este perigo perdurará e teremos de lidar com ele novamente no futuro", argumentou, citado pela agência espanhola Europa Press.
O porta-voz disse que as forças israelitas "lidarão com o Hamas, de forma completa e adequada".
"No final da guerra, (...) não veremos cenas de civis israelitas indefesos a serem mortos, queimados, violados e mutilados pelos terroristas", disse.
"Aqueles que não compreendem o mal que enfrentamos não compreendem por que estamos a fazer o que estamos a fazer", admitiu, face a críticas de que Israel está a punir o povo palestiniano pelo ataque do Hamas.
Disse também que o exército israelita irá, "a dada altura", tomar a decisão de "passar à fase seguinte das operações", numa aparente referência a uma ofensiva terrestre em grande escala.
Israel concentrou tropas na fronteira com Gaza logo a seguir a um ataque surpresa do Hamas no seu território em 07 de Outubro, o mais grave do género desde a declaração da independência do país em 1948.
Os comandos do Hamas também raptaram duas centenas de israelitas e estrangeiros que mantêm como reféns na Faixa de Gaza, o enclave palestiniano com mais de dois milhões de habitantes que controlam desde 2007.
Israel reagiu ao ataque com uma declaração de guerra ao Hamas e o cerco e bombardeamento constante da Faixa de Gaza, que o grupo islamita disse ter causado mais de 6.500 mortos.
Do lado do Hamas, o "número dois" da ala política do movimento, Saleh al-Arouri, prometeu que Israel sofrerá "uma derrota sem precedentes" se invadir a Faixa de Gaza.
"Se o inimigo entrar por terra, haverá uma nova e gloriosa página para o nosso povo, e será uma derrota sem precedentes para a ocupação [Israel] na história do conflito", afirmou a um canal da milícia xiita libanesa Hezbollah.
Al-Arouri disse que "o Hezbollah está a colaborar a todos os níveis militares e políticos" no que descreveu como "uma epopeia heróica de resistência no Líbano", outro foco de conflito com Israel.
"Esta batalha é a sua batalha [do Hezbollah], temos um objectivo e um destino comuns, (...) estamos em constante comunicação e coordenação nesta batalha", afirmou.
Al-Arouri referiu-se também aos reféns do Hamas na Faixa de Gaza, afirmando que os estrangeiros são convidados do grupo, mas que os israelitas "serão trocados" por prisioneiros palestinianos.
Além de Gaza e do sul do Líbano, a guerra atinge também a Cisjordânia, parte da qual sob ocupação israelita, governada pela Autoridade Palestiniana.