Maurício Vieira está em Milão com a família à espera de viajar desde o dia 9 Julho.
“A companhia aérea não nos contactou em nenhum momento, nem por e-mail, telefone, nem por nada. Soubemos do cancelamento do voo porque vimos no site, ninguém da companhia nos disse nada. Ao contrário, uma agência de turismo do Brasil é que nos informou. Somos seis pessoas, incluindo um bebe de 1 ano, com dificuldades em se adaptar à comida daqui. As nossas reservas financeiras estão acabando”, afirma.
A falta de aviões na Cabo Verde Airlines (ex-TACV) já levou ao cancelamento de mais 55 voos, afectando um número superior a 7.500 passageiros (números de terça-feira), desde o dia 2 de Julho, revelou a companhia. Num comunicado emitido no final da semana passada, a Cabo Verde Airlines garantia a protecção dos passageiros.
Também em Milão , com destino ao Brasil, Rogério Gois explica que terá sido impedido de prosseguir viagem num voo da TAP, apresentado como alternativa, por alegada falta de pagamento de Cabo Verde
“A senhora da TAP viu o nosso passaporte e disse que tinham a nossa reserva mas que não poderíamos embarcar devido à falta de pagamento da Cabo Verde Airlines e que tínhamos trinta minutos até fecharem o check in e que se entretanto o pagamento fosse feito durante esse período poderíamos embarcar, o que não aconteceu”, aponta .
Em Cabo Verde também há passageiros em espera. Deolinda Delgado aguarda desde o dia 9 de Julho um voo para os Estados Unidos de América.
“Não nos esclarecem sobre nada. Ficam a enganar-nos sobre as previsões de realização do voo. A última informação que tenho é que está previsto para o dia 13. Não mexem uma palha para nos reencaminhar num outro voo, disseram-me no telefone que estão a encaminhar apenas os doentes e pessoas com documentos médicos”, crítica.
As dificuldades operacionais da Cabo Verde Airlines começaram no dia 2 de Julho, por atrasos na reposição da frota.
O Boeing 767, cuja chegada estava prevista para quarta-feira (4) ainda não está em Cabo Verde. A segunda aeronave, um Boeing 757, estará na fase final de inspecção para registo e certificação.
A gestão da TACV está, desde Agosto de 2017 e pelo período de um ano, sob contrato de gestão da Icelandair. Desde então, esta é a segunda vez que a transportadora fica sem voar por falta de aviões. O primeiro caso aconteceu em Setembro do ano passado, por avaria do único aparelho que a companhia tinha na frota.