A mais recente estimativa do grupo islandês, que gere a Cabo Verde Airlines (ex TACV), aponta para lucros – antes de juros e impostos – na casa dos 80 a 100 milhões de dólares, um valor 5 a 8% menor que o esperado. A demissão do responsável foi anunciada através de comunicado.
O site de informação especializada Aerotime assinala o fracasso da nova política de marketing e vendas, em 2017, bem como mudanças nas rotas, que impactaram negativamente a operação na Europa e América do Norte, os principais mercados da Icelandair.
Nos Estados Unidos, em particular, os islandeses passaram a enfrentar uma maior concorrência das companhias aéreas dos dois lados do Âtlântico, com políticas tarifárias mais versáteis e atractivas e uma maior oferta de lugares. A concorrência levou a uma descida de preços, para ocupar lugares, e mesmo assim a medida não foi suficiente para travar a quebra acentuada na taxa de ocupação - 81.9% em Julho, depois de ter sido superior a 90%.
Jóhannsson assume a responsabilidade pelos resultados decepcionantes e assinala que os “os problemas criados não foram tratados com suficiente rapidez”.
Bogi Nils Bogason, actual CFO, assume interinamente o cargo de CEO, até à escolha do sucessor de Björgólfur. Sabe-se que o escolhido terá uma missão difícil, perante a necessidade de reajustar a oferta e procurar novos mercados. A Ásia poderá entrar nas contas da companhia, com a Índia a surgir como um mercado atractivo, tal como referiu em Maio o agora ex-CEO.
A Icelandair gere a Cabo Verde Airlines desde Agosto de 2017 e é uma das principais interessadas na privatização da transportadora aérea nacional, anunciada pelo Governo. Na região, a empresa islandesa está igualmente interessada na operação internacional da SATA, tendo vencido o concurso internacional aberto pelo Governo Regional dos Açores e apresentado uma proposta, em fase de apreciação.