"Privatização da TACV criou situação win-win para ambas as partes"

PorAndre Amaral,4 mar 2019 14:50

Novo CEO da Cabo Verde Airlines, Jens Bjarneson, disse hoje que a privatização da companhia aérea cabo-verdiana é positiva para ambas as partes e que o hub no Sal pode ser um exemplo para toda a a costa ocidental africana.

No final do encontro, esta manhã, com o Presidente da República, o novo CEO da Cabo Verde Airlines mostrou-se confiante quanto ao futuro da empresa.

"Penso que, como em qualquer negociação, há uma situação win-win para as partes envolvidas. Penso que para Cabo Verde há a possibilidade de construir um hub internacional que pode ser um modelo para toda a África Ocidental e que ligue quatro continentes. Vemos um grande potencial de crescimento", disse à saída do encontro com Jorge Carlos Fonseca.

A frota ao serviço da companhia aérea vai crescer. Até 2025 estão previstos 12 aviões, mas Jens Bjarneson diz que o crescimento da frota "pode ir para além disso". 

"Da nossa parte, gostaríamos de aumentar a nossa presença no mercado internacional da aviação. Temos sido bem sucedidos no incremento do turismo num país pequeno, de 300 mil habitantes, através da ligação da Europa Ocidental com a América do Norte. Vemos muitas semelhanças com Cabo Verde, que é uma pérola recentemente descoberta pelo turismo e penso que o estabelecimento do hub vai caminhar de mãos dadas com as infraestruturas de turismo que já existem".

Jens Bjarnason é o novo homem-forte da TACV

Com a privatização concluída, a Icelandair já nomeou um novo Chief Executive Officer (CEO) para a TACV. Jens Bjarnason vai assumir, a partir de agora, os destinos da companhia aérea.

Questionado sobre a implementação do hub no Sal, o novo responsável máximo da Cabo Verde Airlines defende que para se começarem a sentir resultados "é preciso primeiro termos, pelo menos, quatro aviões, para se ver a conectividade a acontecer. Veremos isso ainda este ano, mas irá crescer nos próximos anos. Quantos mais aviões mais possibilidade de crescimento. Mas temos de começar e isso vai acontecer este ano, mas em 2023 já se verá uma operação de muito maiores dimensões, incluindo uma maior oportunidade para os cabo-verdianos viajarem para outras cidades em todo o mundo".

A experiência da Icelandair na implementação de um hub naquele país do norte da Europa pode ser uma vantagem e Jens Bjarneson vê semelhanças entre a Islândia e Cabo Verde.

"Penso que os contextos são muito similares, é um mercado interno pequeno, com poucas pessoas. Acho que há um grande potencial para trazer o turismo para Cabo Verde, tal como havia na Islândia. E a localização é vital. Estando situado no oceano onde podem ligar diferentes continentes através de um hub. Por isso, digo que as semelhanças são muitas".

Também a ligação inter-ilhas pode vir a ser um mercado a explorar.

"Penso que o mercado inter-ilhas é muito importante e é algo que vamos tentar melhorar. O Sal é o único local para se construir um hub internacional, mas para todos os cabo-verdianos poderem aproveitar esse hub é preciso ter boa conectividade entre as ilhas. E isso é algo para que vamos olhar, falar com outros e ver qual a melhor solução. Mas ainda estamos a começar e esta é uma dos muitos assuntos que iremos analisar".

Quanto à frota de aviões a colocar ao serviço da Cabo Verde Airlines, Jens Bjarneson, afirmou que de "princípio serão os Boeing 757 que têm tanto as dimensões como o alcance ideais para este tipo de operações. Pode voar para Boston, para São Paulo. No nosso ponto de vista é uma aeronave que dá garantias tanto de alcance como do número de lugares disponíveis para este tipo de operações. É o que usámos na Islândia e serviu-nos muito bem, por isso, penso que o mesmo acontecerá aqui".

O governo e a Loftleidir Cabo Verde assinaram sexta-feira o acordo de privatização da TACV, sendo que o valor a ser pago por aquela subsidiária da Loftleidir Incelandic pela compra da companhia aérea nacional não foi revelado.

Um comunicado da Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do Estado (UASE), emitido durante a manhã de domingo, anunciou que a venda de 51% do capital da TACV à Loftleidir Cabo Verde custou 1,3 milhões de euros (cerca de 143 mil contos) aos cofres da empresa subsidiária da Loftleidir Icelandic.

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Autoria:Andre Amaral,4 mar 2019 14:50

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  23 nov 2019 23:21

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