​Presidente lamenta destruição de "parte da história do Brasil e do mundo" em incêndio no Museu Nacional

Jorge Carlos Fonseca
Jorge Carlos Fonseca

O Presidente da República lamentou hoje a destruição do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Brasil, atingido por um incêndio na noite de domingo. Numa mensagem enviada ao seu homólogo Michel Temer, Jorge Carlos Fonseca fala de uma fatalidade sem limites que destruiu parte importantíssima da história e da cultura do Brasil e do mundo.

“É com muito pesar que, na qualidade de Presidente da República de Cabo Verde e de Presidente em exercício da Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa, que, por seu intermédio, me dirijo ao povo irmão da grande Nação brasileira, para exprimir a solidariedade do nosso povo, neste momento, particularmente doloroso, em que uma fatalidade, sem limites, destruiu parte importantíssima da história e da cultura do Brasil e do mundo contidas no Museu Nacional do Rio de Janeiro”, lê-se na mensagem do Presidente.

Considerado o maior museu de História Natural da América Latina, o Museu Nacional de Rio de Janeiro albergava cerca de 20 milhões de peças de valor incalculável e uma biblioteca com mais de 530 mil títulos. Entre as peças inestimáveis transformadas em cinzas está uma colecção egípcia, uma outra de arte e de artefactos greco-romanos, colecções de paleontologia - que incluíam o esqueleto de um dinossauro encontrado na região de Minas Gerais - bem como o mais antigo fóssil humano descoberto no Brasil, "Luzia".

O enorme meteorito com mais de cinco toneladas foi um dos únicos vestígios preservados.

O chefe de Estado cabo-verdiano realça o facto de o incêndio não ter provocado vítimas humanas, realçando contudo o acervo que foi consumido pelo fogo.

“Sentimo-nos muito mais pobres com essa tragédia que destruiu cerca de vinte milhões de itens, de registos da memória brasileira nas referidas áreas, bem como a de diversas regiões do planeta, ou produzidos ou relativos a povos e civilizações antigas”, diz.

Para o Presidente da República, “dificilmente se apagarão da nossa retina as imagens do terrível incêndio que, felizmente, não provocou vítimas humanas, mas destroçou mais de duzentos anos de trabalho científico árduo e de preservação de fenómenos e acontecimentos que abarcam milhares de anos nas áreas da geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia biológica, arqueologia, e etnologia, incluindo a africana e a afro-brasileira”.

“Contudo, não duvidamos que, como é timbre do valoroso povo brasileiro, a dor se transformará num importante catalisador de vontades e congregador de energias para fazer face a este momento particularmente difícil”, acredita.

Depois da tragédia, a vice-directora do museu, Cristiane Serejo disse que o espaço que ardeu no domingo, não tinha seguro sobre o património e não tinha uma brigada disponível para combater possíveis incêndios.

O Governo brasileiro já anunciou a libertação de fundos de emergência para iniciar a reconstrução imediata de um novo edifício e uma campanha com o objectivo de angariar fundos privados.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Rádio Morabeza,5 set 2018 12:19

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  30 mai 2019 23:22

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