Em causa, o facto de, ao contrário de alguns pontos do país, não ter chovido o suficiente para o crescimento e fortificação de culturas e pasto.
“A situação é totalmente difícil e de desespero, porque não há água nem pastagem para os animais. Estamos a viver em Santo Antão, e particularmente no Porto Novo, os piores anos de seca de que há memoria. Este ano está mais difícil, porque no ano passado ainda havia alguma reserva de pasto mesmo no concelho do Porto Novo, mas neste ano não temos reservas e a situação é alarmante. As culturas sequer chegaram a nascer no concelho do Porto Novo, nem no Vale da Garça”, explica.
O dirigente associativo explica que a chuva caiu em algumas localidades em Ribeira Grande e no concelho do Paul, mas que as culturas estão numa fase crítica. O ano agrícola está perdido.
“As chuvas em Santo Antão foram deficitárias. Choveu pouco e apenas nos concelhos de Ribeira Grande e do Paul, mas as próprias culturas nestes concelhos estão comprometidas devido à seca. Tudo indica que teremos um mau ano agrícola em toda a ilha. Mesmo que chova agora já não há colheita. O ano está perdido, já não há esperança”, lamenta.
Perante este cenário, a Associação Agro-industrial de Santo Antão pede ao Governo que prepare um plano de emergência ainda mais reforçado em relação ao de 2017. O responsável pede uma verba destinada à modernização da agricultura, para que se possa aproveitar da melhor forma a água disponível.
“No ano passado houve problemas com a verba disponível que era deficitária. Que o governo tenha urgência e rapidez na aprovação de um novo orçamento de emergência para Santo Antão, para ajudar os criadores de gado na sobrevivência dos animais. Também na agricultura, que o governo introduza de uma vez por todas uma verba destinada á modernização da agricultura, para ver se a conseguimos continuar a abastecer o mercado com a pouca água que temos”, apela.
As preocupações foram manifestadas hoje, em entrevista à Rádio Morabeza, numa altura em que o Ministro da Agricultura e Ambiente está de visita a Santo Antão. Citado pela Inforpress, Gilberto Silva reconheceu que na parte mais árida de Santo Antão, de um modo geral, a situação parece “mais crítica”, pelo que o Governo vai desenvolver acções no sentido de continuar a apoiar as populações.