Kátia Araújo, presidente da Associação de Pais da Escola Salesianos de Artes e Ofícios, em São Vicente alerta para os transtornos e dificuldades de ensino-aprendizagem devido à falta de manuais escolares e de professores. As aulas começaram no dia 17 de Setembro mas até este momento a maioria dos manuais escolares do ensino primário não estão disponíveis, nem nas escolas, nem nas papelarias.
Kátia Araújo, em declarações a Rádio Morabeza, afirma que a situação é complicada.
“É muito complicado para os pais, principalmente para aqueles que não têm Internet. Foi feita muita publicidade que o ano lectivo iria iniciar-se sem problemas, com todos os materiais e livros em dia, mas tal não aconteceu. (...) E muitas vezes os professores cobram dos alunos e os alunos respondem que os pais não têm como ter [o manual] uma vez que não está disponível”, afirma.
A falta de professores nos níveis de ensino básico e secundário é outra preocupação da representante dos pais e encarregados de educação. O governo anunciou, em Agosto, o recrutamento de pelo menos 296 professores para os ensinos básico e secundário. O lançamento do concurso aconteceu já após a abertura do ano lectivo.
Kátia Araújo lamenta o lançamento tardio do concurso, quando o ano lectivo iniciou oficialmente a 1 de Setembro.
“O concurso deve ser feito antes do ano lectivo iniciar e não depois. Isso é um erro gravíssimo e nós temos vindo a constatar que se tem repetido todos os anos e quem sai prejudicado são os alunos. Não podemos ter falta de professores nas escolas, quando na sociedade temos dezenas de professores desempregados, isto não pode estar a acontecer”,sublinha.
A presidente da associação de pais da Escola Salesianos de Artes e Ofícios lembra que os bons resultados escolares dependem também de quem faz uma gestão escolar de qualidade que beneficie alunos e professores, e que abranja todas as áreas.
“O Ministério da Educação tem que rever as prioridades, tanto a nível dos manuais como a nível dos professores. Temos pessoas formadas no mercado, o que falta é a parte de consciencialização do ministério em fazer o concurso antes do arranque das aulas, porque um aluno não pode ficar 1, 2 meses sem professor e ter o professor no mês de Dezembro ou em Janeiro, principalmente para os alunos com exame no final do ano lectivo”, diz.