O estudo tem como objectivo contribuir para diminuir as lacunas científicas existentes e dar contributos no processo de eliminação da malária em Cabo Verde, no horizonte 2020.
Segundo a coordenadora do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Silvânia Leal, a finalidade do estudo era conhecer o parasita e o agente responsável pela doença da malária.
“Essa caracterização nos permite conhecer o parasita que estava a circular em Cabo Verde, saber a origem geográfica, saber se há alguma resistência aos anti-malários que são utilizados no país, conhecer a diversidade do parasita e se existem parasitas da mesma espécie ou de espécies diferentes”, explica.
A recolha foi realizada de Setembro a Outubro de 2017 e contou com a colaboração de investigadores do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, de Lisboa, e do London School, de Londres.
Silvânia Leal avançou que o estudo permitiu também recolher informações sobre os aspectos sociodemográficos dos doentes. “Este estudo faz com que tenhamos ferramenta de actuar de uma forma rápida, e de saber quais são as medidas que devem ser tomadas caso houver uma epidemia”.
“No caso das pessoas que tiveram malária, fizemos a amostra no Hospital Agostinho Neto, através dos doentes que estavam internados com a doença, e no caso dos seus familiares fomos às suas habitações e fizemos a colheita das amostras”, indica Silvânia Leal.
Nos casos autóctones de 2017, todos foram provocados pelo plasmodium falciparum, uma espécie há muito referenciada em Cabo Verde. “A sua origem geográfica é dos países que estão na costa ocidental africana”.
Em relação à resistência, explica que o fármaco utilizado para o tratamento da malária em Cabo Verde continua a ser muito eficaz.
De referir que no ano 2017, ocorreu uma epidemia na cidade da Praia em que foram registados 447 casos de paludismo.