Em Cabo Verde ainda existe “muita fuga, muita fraude e muita evasão fiscal”, disse Olavo Correia aos jornalistas, à margem do primeiro encontro nacional da Direcção Nacional de Receitas do Estado (DNRE), na Praia.
“Isso não pode continuar a acontecer. Nos estamos a trabalhar para que isto seja descontinuado, nós estamos aqui para servir o país e para garantir que haja em Cabo Verde justiça fiscal. Todos têm de pagar impostos para que cada um pague menos e a administração fiscal tem de criar as condições para que sejamos eficientes, céleres e possamos prestar um bom serviço”, disse o governante, citado pela Inforpress.
Segundo o ministro, têm de se conseguir internamente os recursos necessários para que o Estado possa funcionar e possa investir na educação, na saúde, na segurança e na melhoria da condição de vida dos cidadãos.
Actualmente, a DNRE arrecada cerca de 43 milhões de contos anuais, o que corresponde a cerca de 22 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
“Há espaço para fazer muito mais. O objectivo é atingir a meta de 30% PIB” e reduzir a taxa dos impostos cobrados para 15% na próxima legislatura, sublinhou Olavo Correia.
“Para lá chegarmos, temos de reformar a administração fiscal com mais tecnologias, com a desmaterialização, digitalização, com mais meios de mobilidade, mas também com mais engajamento político. E podemos lá chegar, porque Cabo Verde não poderá continuar a endividar-se mais, os donativos são cada vez menores e os cidadãos querem mais e melhor serviço público”, disse.
“Para isso, temos de fazer com que todos cumpram de forma voluntária, mas se não cumprirem, temos que actuar com força que a lei nos confere para garantir que há em Cabo Verde, definitivamente, a justiça fiscal”, avisou o ministro das finanças.