Governo nega que criação da Universidade Técnica do Atlântico possa tirar recursos públicos à Uni-CV

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,21 nov 2019 14:58

O Governo negou hoje a que a criação da Universidade Técnica do Atlântico (UTA) possa tirar os recursos públicos à Uni-CV que, esta quinta-feira, celebra 13 anos de existência com uma mesa redonda intitulada “O projecto de Medicina na universidade pública”.

“A Universidade de Cabo Verde terá o financiamento de acordo com aquilo que tem sido estabelecido e continuará a ter o financiamento proporcional que tem tido até agora, independentemente da criação da nova universidade”, precisou o secretário de Estado da Educação, ao ser abordado sobre as preocupações da reitora da Uni-CV, Judite Nascimento, que considera ser um “paradoxo” criar uma nova universidade pública no país.

Para Amadeu Cruz, a UTA decorre de uma “estratégia de focalização do ensino superior para responder à necessidade de uma formação específica numa determinada região”.

O governante, que fez essas considerações em declarações à imprensa à margem da cerimónia comemorativa para assinalar mais um aniversário da criação da Uni-CV, explicou que a razão de fundo para a criação da UTA é atender a uma “demanda internacional” de uma mão-de-obra “mais qualificada” e que se insere dentro de um “projecto maior que é o Campus do Mar que integra mais duas dimensões: a investigação aplicada e formação técnico-profissional”.

Esta perspectiva do campus do mar, prossegue, está integrada na óptica da “Zona Económica da Economia Marítima, com sede em São Vicente, e tem por objecto criar as condições para aproveitamento das vantagens comparativas que Cabo Verde tem no domínio do mar”.

O secretário de Estado da Educação acredita que a UTA surge para se dar resposta às necessidades do “crescimento económico do país e gerar emprego específico no domínio do mar” e, também, “criar factores de equilíbrio regional a nível nacional”.

Instado sobre em que pé está o modelo do financiamento da universidade pública, algumas vezes anunciado pelo Governo, Amadeu Cruz admitiu que “pode haver algum atraso”, acrescentando que é preciso ter em conta que é agora que o processo está a desenvolver-se e que o país se encontra num momento de “consolidação do ensino superior, enquanto instância de formação de quadros cabo-verdianos com relevância e qualidade”.

“Estamos, internamente, a consensualizar os cenários do modelo e, tão logo que tivermos os cenários, estaremos com toda boa vontade e disponibilidade para dialogarmos não só com a Universidade de Cabo Verde, mas com todas as universidades”, indicou o governante, adiantando que o modelo é para atender às “necessidades globais do sistema de formação superior” no país.

Relativamente aos problemas financeiros com que se depara a Uni-CV, Amadeu Cruz entende que esta situação também pode estar ligada à “capacidade da cobrança das propinas”.

“Estamos cientes das dificuldades dos alunos e das famílias e é por isso que o modelo de financiamento do ensino superior tem que levar em conta o diagnóstico actual”, indicou.

Perguntado se haverá um corpo de docentes suficiente para cobrir as necessidades de duas universidades públicas, explicou que este problema não se põe, porque, disse ele, a UTA vai ser criada com base na faculdade de Engenharia e Ciências do Mar que, por sua vez, tem “corpo docente, alunos e instalações”.

A Universidade de Cabo Verde foi formalmente criada em 2006, mas as suas raízes remontam a 1979, quando surgiu, no país, o primeiro núcleo do ensino superior no domínio da Educação.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,21 nov 2019 14:58

Editado porSara Almeida  em  11 ago 2020 23:21

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