Marco Cruz, em entrevista à Inforpress, destacou o facto de a subida do preço da água, regularizada pela Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME), e que entrou em vigor com o novo ano, não abarcar o todo nacional, mas sim a cidade da Praia que, a seu ver, passa a ter a “factura mais elevada” de Cabo Verde.
“O consumidor da cidade da Praia vai pagar a água mais cara de todo o país”, reiterou a mesma fonte, realçando as perdas que já chegaram, na capital, a 60 por cento (%), fazendo com que seja o “consumidor a cobrir todo este prejuízo”.
“O consumidor está a pagar pela má gestão de todo o sector”, assinalou Marco Cruz.
Para o presidente da Adeco, a “principal razão” deste aumento está nas perdas que atingiram “valores inaceitáveis” e na distribuição que é “muito deficitária”.
“Há perdas, mas por outro lado há ainda muita contaminação da água, que tem sido fornecida com má qualidade e não a desejada para beber”, considerou, reclamando ainda de problemas como “canalizações malfeitas”, expansões de rede “deficientes e mal conectadas” e outros problemas que não vêm de agora.
Se não fossem estes constrangimentos, conforme a mesma fonte, neste momento podia-se estar a falar numa diminuição das tarifas, com valores até 20%.
Por isso, Marco Cruz pediu que os próximos investimentos no sector de água sejam “melhor executados” e que “não voltem a acontecer situações do tipo”.
A ARME aprovou a tarifa de compra e venda em alta, a fim de mitigar o risco da procura para Electra e Águas de Santiago (AdS), tendo, por isso, adoptado a separação entre a tarifa média global em duas componentes: uma fixa a ser facturada em prestações mensais e a outra componente variável aplicada em função da quantidade de água fornecida pela Electra à AdS.
No que diz respeito à AdS, deliberou-se aprovar um aumento de 15% para todas as tarifas actuais, enquanto para as restantes operadoras, nomeadamente, Águabrava, uma redução tarifária nominal de 5% e uma harmonização nos preços para os clientes da APP e da APP- Ambiente, na ilha do Sal.
De acordo com a nova tabela de preços na AdS, os preços variam, sem IVA, dos 230 escudos a 546,25 escudos por cada metro cúbico/mês, dependendo do escalão que também sofreu alterações.
Assim, para o consumidor que gastar até cinco metros cúbicos de água, correspondente ao 1º escalão, pagará, por cada metro cúbico, 230 escudos, quando antes pagava 200 escudos, entre 05 e 10 m3 pagará 345 escudos e no 3º escalão (mais de 10 m3) 542,5 escudos.