Santa Catarina: Dez mulheres de Ribeira da Barca beneficiam de projecto “alternativo” à prática da extracção de inertes nas praias

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,10 jan 2020 10:49

Um total de dez mulheres chefes de família da vila piscatória de Ribeira da Barca, no município de Santa Catarina (Santiago), que vivem da extracção de inertes das praias, vão beneficiar de um projecto “alternativo” a esta prática.

O projecto de reconversão da apanha de inertes, orçado em cinco mil contos, e que foi financiado em parte pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que entrou com 3.305.788 escudos, vai ser coordenado pelo Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) e Câmara Municipal de Santa Catarina.

O mesmo visa montar uma empresa de avicultura, que vai permitir a comercialização nacional de ovos, galinhas poedeiras, carnes e derivados, provenientes das actividades da avicultura.

Nesse sentido, foi rubricado um protocolo de parceria entre o ICIEG e Câmara Municipal de Santa Catarina, representado pelos seus presidentes, Rosana Almeida e José Alves Fernandes, respectivamente, na presença das beneficiárias e população daquela localidade do interior de Santiago.

Em declarações à imprensa, a presidente do ICIEG, Rosana Almeida, lamentou o facto de existirem muitas mulheres que vivem da apanha de areia, e que estão com graves problemas de saúde e que também estão a causar danos para a própria natureza.

No entanto, segundo esta responsável, apesar de grandes investimentos feitos em parceria com os parceiros que visam melhorar a vida dessas mulheres e em terem um trabalho digno, estas continuam a morrer por causa da apanha da areia.

Daí que, segundo ela, a instituição que dirige há muito que estava a procurar um parceiro, tendo encontrado a solução na CEDEAO que disponibilizou um “montante significativo” para a implementação deste projecto na Ribeira da Barca, uma das localidades de Santa Catarina onde esta prática é feita.

Na ocasião, Rosana Almeida alertou que a ICIEG e os parceiros que já encontraram a solução para um trabalho digno a estas mulheres que vivem da extracção de inertes, não querem que depois as beneficiárias venham dizer que o montante recebido acabou.

É que, segundo ela, os parceiros e o financiador querem sustentabilidade, por isso que as mesmas vão receber uma formação sobre educação financeira, tendo aconselhando-as a se organizarem em cooperativa para poderem colocar os seus produtos no mercado.

Por sua vez, o autarca santa-catarinense lembrou que a montagem desta empresa de avicultura que beneficia dez mulheres é a segunda fase do “projecto de reconversão da apanha de inertes” nesta localidade, informando que a primeira fase já está em curso em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A mesma fonte indicou que a primeira fase também contempla mais dez famílias, cujas beneficiárias estão em formação em São Francisco, para que possam implementar o sistema hidropónico naquela vila piscatória.

Tendo em conta que. segundo ele, a extração de inertes é um “problema estruturante”, cuja actividade é também exercida em outras comunidades do concelho, Rincão, Fundura e Furna, e no caso de Ribeira da Barca, que já se arrastou por vários anos, defendeu que a solução também tem que ser “estruturante e sustentável” para não voltarem à situação inicial.

“Estamos optimistas e confiantes de que vamos conseguir mobilizar ainda mais parceiros, porque ainda temos mais famílias a serem contempladas”, declarou, avisando que é a garantia de que o projecto vai ter resultados que os motiva a dar continuidade à mobilização de recursos para este problema.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,10 jan 2020 10:49

Editado porSara Almeida  em  30 set 2020 23:21

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