De acordo com o director da PJ, Luís Neves, que falava na cidade de Vila Real, o crime, praticado “por gente violenta”, terá partido de uma “desavença que aconteceu no interior de um espaço lúdico e teve desenvolvimento no exterior”.
“Na base deste crime estão questões fúteis”, declarou.
“Não se trata de um crime entre nacionais de um país ou outro, entre raças”, reforçou.
Além de homicídio qualificado, os cinco detidos, residentes em Bragança, com idades entre os 22 e os 35 anos, e sem antecedentes criminais, estão também indiciados por três crimes de homicídio na forma tentada, já que terão agredido outras pessoas.
A PJ não descarta novas detenções, mas acredita que os detidos são “o núcleo duro” que perpetrou o ataque contra Giovani.
As conferências de imprensa da Polícia Judiciária portuguesa são particularmente raras. Esta manhã, aos jornalistas, o director da instituição explicou que a operação que levou à detenção dos suspeitos decorreu “em total sigilo”, durante o dia de ontem (quinta-feira).
Em comunicado anterior, a Judiciária já havia confirmado a realização de “buscas domiciliárias, inquirições e interrogatórios de várias pessoas”.
Os detidos serão entretanto presentes a tribunal, para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coacção.
Luís Neves confirmou que a PJ já entrou em contacto com o embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, e com o pai da vítima.
Luís Giovani dos Santos Rodrigues morreu a 31 de Dezembro de 2019, no hospital de Santo António, no Porto, dez dias depois de ter sido agredido perto de uma discoteca em Bragança, Portugal. Giovani frequentava a licenciatura de Design de Jogos Digitais, no pólo de Mirandela do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
No sábado, várias cidades, em Cabo Verde, Portugal e outros países, receberam marchas e vigílias a pedir justiça perante o crime perpetrado.