Greve das operárias da “A Pautada” adiada para a próxima semana

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,12 fev 2020 14:55

A greve das operárias da empresa “A Pautada” agendada para hoje e amanhã, em São Vicente, não se realizou. Em causa o facto de a comunicação enviada à Direcção-Geral do Trabalho (DGT), pelo SIACSA, ter sido indeferida. A paralisação foi adiada para os dias 20 e 21 deste mês.

O coordenador do sindicato em Mindelo, Jorge Duarte, explica, em entrevista à Rádio Morabeza, que a DGT defende que a entidade sindical não tem legitimidade para convocar a paralisação devido ao número de funcionárias que representa.

“A DGT defende que o sindicato teria que ter a maioria para representar as trabalhadoras da empresa. Mas o sindicato está a representar as associadas, e o motivo do pré-aviso de greve foi o descontentamento das mesmas no que toca a certos comportamentos e situações ocorridos. Logo têm o direito de procederem com a greve. Da parte da DGT não teríamos a dita maioria representativa – 50% +1”, explica.

O SIACSA discorda da posição da DGT, recordando que o Código Laboral e a Constituição da República referem que a greve é um direito garantido, cabendo aos trabalhadores a oportunidade de o exercer sobre os interesses que visam proteger. Jorge Duarte considera que os direitos das associadas foram postos em causa.

“Foi posto em causa o direito sindical e o direito à greve”, considera.

A empresa “A Pautada” possui 114 funcionárias.

Na base da reivindicação está, essencialmente a questão da higiene e segurança no trabalho, falta de materiais de protecção adequados para execução do serviço.

“Temos associadas que chegaram cá com as mãos maltratadas mesmo usando os materiais [de protecção] que a empresa fornece. A empresa tem uma situação em que quem sai meio período trabalhado perde o dia inteiro de trabalho. Segundo as funcionárias, é a prática da empresa. Se uma pessoa trabalha quatro horas e teve que ir ao hospital, perde o período trabalhado. Não há um critério de igualdade de horário entre as funcionárias e as chefes de linha, não possuem um frigorífico nem um microondas para aquecerem as refeições que levam de casa”, aponta.

A Pautada nasceu na Galiza, em Espanha, e instalou-se em Março de 2016 em Cabo Verde. É uma empresa exportadora, de produção e comercialização de acessórios de pesca.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,12 fev 2020 14:55

Editado porSara Almeida  em  8 nov 2020 23:21

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