A informação foi avançada esta manhã, em conferência de imprensa, pelo Comandante do Destacamento do Corpo de Intervenção e Unidade de Piquete, Madelino Luz. O responsável policial refere que o crime foi cometido na sequência de um desentendimento entre dois jovens, e descarta conflito entre grupos rivais.
“Não se trata de luta de gangs, nem algo parecido. Temos conhecimento da realidade da nossa ilha e neste momento não há gangs em São Vicente. É uma garantia da Polícia Nacional. Foi apenas um desentendimento entre os dois jovens e que acabou na agressão”, explica.
Faby Santos, que residia com a mãe em Ribeira Bote, foi esfaqueado por volta das 18 horas deste Domingo, durante o “enterro do Carnaval”. Foi transportado para o Hospital Baptista de Sousa (HBS) onde foi submetido a uma cirurgia de urgência, mas não resistiu aos ferimentos. Morreu por volta das 23 horas.
Questionado sobre a possibilidade de efectuar revistas durante os desfiles dos mandingas, Madelino Luz explica que a questão vai ser analisada internamente.
“É uma questão interessante e pertinente, mas se calhar vai ser pensada internamente e de certeza, nas próximas actividades, em função de cada caso, vamos analisar e adoptarmos as medidas que acharmos convenientes”, diz.
Relativamente ao plano operacional, de 19 de Janeiro a 2 de Março, as três esquadras policiais na ilha registaram um total de 348 denúncias. Quanto aos crimes contra pessoas foram feitas 127 denúncias, 61 por ofensas à integridade física, 36 ameaças e 23 por violência baseada no Género (VBG).
No que diz respeito aos crimes contra património, a Polícia Nacional recebeu 221 denúncias, das quais 124 furtos e 77 roubos. O serviço de emergência (132) registou um total de 1.835 chamadas “que foram prontamente atendidas e resolvidas”.
No mesmo período, a força policial dá conta da detenção de 242 indivíduos. Do total, 181 foram para efeitos de identificação e 61 foram presentes ao Ministério Público por vários crimes, nomeadamente posse de armas brancas, ofensa à integridade física, roubo à pessoa na via pública, posse de estupefacientes, brigas na via pública, desobediência a agente de autoridade, ameaças, furtos e condução de veículos sem habilitação legal.
No domínio do trânsito registaram-se 91 acidentes de viação que resultaram em 35 feridos ligeiros e dois com alguma gravidade, para além de danos materiais.
Da mesma forma, refere Madelino Luz, forma fiscalizados 1.205 veículos. Do total, 55 foram apreendidos por infracções diversas e aplicadas 90 coimas, no valor total de 915 mil escudos.
O Comandante do Destacamento do Corpo de Intervenção e Unidade de Piquete garante que as acções decorreram conforme planeado.
“Efectivamente, conseguimos, de forma geral, materializar aquilo que pretendíamos fazer, não obstante a ocorrência do caso [homicídio], que lamentamos. No dia do ocorrido estávamos no local, inclusive a primeira assistência dada à vítima foi da Polícia Nacional, que de seguida o conduziu ao hospital”, refere.
A operação teve início no dia 19 de Janeiro e contou com o envolvimento de cerca de 235 efectivos pertencentes a todas as unidades operacionais. O trabalho, no dia dos desfiles do Carnaval, foi feito em conjunto com a Polícia Militar.