O ministro avançou essa possibilidade à imprensa, na cidade da Praia, no âmbito da apresentação na capital cabo-verdiana da nova iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) “hand in hand”.
Uma das mais-valias desta iniciativa é abrir a possibilidade de cooperação entre países, com diferentes níveis de desenvolvimento, com a intermediação da FAO, em projectos concretos, como na agricultura biossalina, que é feita em ambiente de água salgada, disse.
“Se há um país que é bastante desenvolvido neste domínio e que tem condições para nos ajudar e nós aqui seremos o país receptor, isto tudo através da FAO, para desenvolvermos um conjunto de medidas e dar um salto qualitativo nesta matéria da agricultura biossalina”, referiu o ministro.
“E tem que ter resultados muito concretos, na produção, contribuindo para redução da subnutrição, para disponibilidade agrícola e de alimentos para as pessoas”, prosseguiu o titular da pasta da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde.
O ministro disse que Cabo Verde ainda vai desenvolver este mecanismo a nível nacional, mas sublinhou que os projetos a serem apresentados, devem contribuir para transformar o país.
“Não apenas pequenos projectos técnicos pilotos, mas que nos ajudam a transformar um dado aspeto dentro desta cooperação mais ampla, que é a agricultura, alimentação e a nutrição”, sustentou o governante.
O país vai estudar essa possibilidade numa altura em que também aposta forte na dessalinização da água e aproveitamento das águas residuais, tudo com o objectivo de ter novas e mais formas de mobilização, gestão e distribuição da água.
Durante a apresentação, a representante da FAO em Cabo Verde, Ana Laura Touza, disse que o objectivo da nova iniciativa é acelerar a transformação agrícola e o desenvolvimento rural sustentável para erradicar a pobreza e acabar com a fome e todas as formas de má nutrição no mundo.
A iniciativa foi lançada em Setembro de 2019 pelo director-geral da FAO, com o objectivo de reforçar a cooperação entre países mais desenvolvidos e os menos desenvolvidos, permitindo a transferência de recursos e tecnologias.
Com essa ação, a FAO espera igualmente contribuir para os outros Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), priorizando os países menos avançados, os Estados encravados e os insulares.
Melhorar as capacidades do sistema alimentar, assegurando a nutrição e dietas saudáveis e melhorar os meios de subsistência das famílias, reduzindo a pobreza extrema são outros objectivos da iniciativa, que ainda promove o uso sustentável da biodiversidade, dos recursos naturais e dos serviços ecossistémicos, apoia a adaptação às alterações climáticas, a mitigação e a resiliência.