"Não podemos ficar à espera de uma situação de verdadeira calamidade para as medidas serem tomadas" - ministro da Saúde

PorSheilla Ribeiro,26 mar 2020 15:54

O ministro da Saúde e de Segurança Social, Arlindo do Rosário afirmou hoje que o governo deve agir da prevenção e não pode ficar à espera que se entre numa situação de “verdadeira calamidade” em Cabo Verde para tomar medidas.

Arlindo do Rosário fez esta afirmação depois da declaração do Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que decretou a situação de risco de calamidade em todo o território nacional.

Nesse sentido, advogou que as medidas restritivas que estão sendo tomadas agora vêm ao encontro daquilo que o governo tem vindo a fazer, antecipando determinadas situações.

“Nós todos temos conhecimento de como é que a epidemia tem evoluído em vários países. Nós não podemos ficar à espera que tenhamos uma situação de verdadeira calamidade em Cabo Verde, para as medidas serem tomadas. É exactamente para evitar a situação de calamidade" que as medidas estão a ser tomadas, justificou.

Conforme o governante, o poder executivo tem vindo a reforçar a comunicação em todas as ilhas e em todos os concelhos, utilizando carros de som. Além disso, continuou, as ONGs têm estado a participar nesta difusão de informação dentro das comunidades, assim como os órgãos de comunicação.

Relativamente ao álcool gel produzido pela Inpharma, fez saber que ainda hoje as farmácias serão abastecidas.

Sobre uma eventual cura para a COVID-19, o ministro afirmou que já existe uma equipa técnica nacional que está a trabalhar nos protocolos clínicos para serem aplicados aqui em Cabo Verde.

“Não há ainda nenhum tratamento específico para essa situação. Só publicações em vários países, não necessariamente com evidências que permitam dizer exactamente que 'é este é o tratamento que devia ser feito'. De todo modo, há uma equipa técnica que está analisando e está trabalhando em termos do tratamento que será efectuado aqui em Cabo Verde, em estreita ligação com o Gabinete de Assuntos Farmacêuticos”, frisou.

Na mesma ocasião, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha explicou que uma situação de risco de calamidade significa que há uma intensidade do risco de propagação [do vírus] para todo o país, o que, se vier a acontecer, poderá ser uma calamidade.

“Então, estamos perante um risco e eleva-se o nível da protecção civil para que se possam tomar medidas de carácter mais restritivo, nomeadamente a interdição do voos inter-ilhas e a interdição das viagens de barco para o transporte de passageiros”, aclarou.

Entretanto, garantiu, o fornecimento de bens alimentares, bens de primeira necessidade, de medicamentos e de cargas inter-ilhas continuará normalmente.

Paulo Rocha disse ainda que espera que haja um aumento da consciencialização individual para que determinadas medidas possam ser adoptadas, de modo a diminuir o risco de contágio.

“São medidas simples como o distanciamento entre pessoas, [evitar] aperto de mão de modo a minimizarmos esse risco de contágio. São as medidas mais fáceis, mais eficientes, mas que por causa dos hábitos às vezes são difíceis de interiorizar”, ponderou.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,26 mar 2020 15:54

Editado porSara Almeida  em  29 dez 2020 23:21

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