Pandemia
Epidemia com distribuição geográfica internacional muito alargada e simultânea. A pandemia não depende de um número específico de casos. De acordo com a definição internacional, considera-se que uma doença infecciosa atingiu esse patamar quando afecta um grande número de pessoas espalhadas pelo mundo. Por norma, a Organização Mundial de Saúde evita usar o termo com frequência para não causar pânico ou sensação de que nada pode ser feito para controlar a doença.
Quarentena
Utilizada em indivíduos que se pressupõe serem saudáveis, mas que podem ter estado em contacto com um doente infectado. A partir de determinada altura, com o avanço do número de casos, qualquer um de nós poderá ter estado ou vir a estar – com alta probabilidade – com um paciente infectado, razão pela qual esta medida é alargada a uma escala comunitária.
Isolamento
Medida utilizada em indivíduos doentes ou com alta probabilidade de estarem infectados, para que, através do afastamento social, não contagiem outros cidadãos. É muitas vezes usado o isolamento em ambiente domiciliar, mas também pode ser feito em hospitais ou outras estruturas de saúde, assim o número de casos activos o permita. Este isolamento durará enquanto o indivíduo infectado não testar negativo ou, no caso de indivíduos altamente suspeitos, não for confirmado que não estão infectados.
Contenção e contenção alargada
A primeira fase de resposta. As medidas de contenção são adoptadas no início de uma epidemia para evitar o contágio do resto da população. É feito rastreamento, por meio de testes e isolamento. Os casos são essencialmente importados ou, pelo menos, ainda se consegue acompanhar cadeias de transmissão.
A Coreia do Sul conseguiu controlar o quadro da doença através da contenção. Quase 3 mil casos foram registrados após um evento religioso na cidade de Daegu, em Fevereiro. A partir daí, os sul-coreanos criaram uma rotina de testes sistemáticos, em 43 postos espalhados pelo país.
Mitigação
O segundo nível de combate. Aqui chegados, sabe-se que não será possível evitar todos os contágios ou sequer rastrear as cadeias de transmissão, que passou a ser comunitária. O objectivo é diminuir o ritmo de avanço desses contágios. São encerrados serviços não essenciais, a mobilidade é limitada, mais pessoas são mantidas em casa, com o propósito de diminuir o contacto social. Procura-se evitar o contágio de grupos de risco, nomeadamente doentes crónicos, com outras patologias associadas, idosos e, no fundo, todos aqueles que têm o sistema imunitário. Os países podem optar por implementar medidas de mitigação antes mesmo de a transmissão ser comunitária, fazendo-o como forma de prevenção.
Supressão
O terceiro nível de combate, que consta dos planos de alguns países (noutros a supressão está enquadrada na fase de mitigação). As restrições estão um nível acima da mitigação, já de si bastante restritiva. A China recorreu a esta estratégia, em particular na cidade de Wuahn. Vários países europeus adoptaram já medidas que poderiam ser consideradas de supressão, com quarentena comunitária obrigatória e proibição total de circulação na via pública. Todas as actividades económicas e de serviço público consideradas não essenciais são encerradas.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 955 de 25 de Março de 2020.