Em entrevista a Inforpress, o director Nacional da Saúde explicou que as eventuais medidas estão a ser “analisadas e ponderadas” e que no melhor momento serão tomadas as exigências que se impõem, nomeadamente a nível das fronteiras.
Artur Correia disse que as estruturas sanitárias nacionais são autónomas e que não dependem a 100 por cento da Organização Mundial de Saúde (OMS), mas que Cabo Verde segue as orientações desta organização internacional “com todo o interesse”, afirmado que a Comissão Nacional, que se reúne esta terça-feira, integra a própria OMS local.
O responsável avançou à Inforpress que esta direcção realizou esta segunda-feira um encontro, através da teleconferência, a nível nacional, envolvendo todo o corpo médico e de enfermagem do país, numa sessão em que foram abordados os principais problemas técnicos e organizativos que se impõem nessa fase preparatória.
Tudo isto para se planificar quanto às medidas a serem tomadas para uma eventual actuação em termos de prevenção e controlo da epidemia da pneumonia por coronavírus, estando já calendarizado para esta terça-feira um encontro com a equipa técnica de intervenção rápida, accionada, para debater as acções que devem ser tomadas e faseá-las.
Pretende-se com estas “ofensivas” fazer com que o “país se prepare, cada vez mais, para ter uma resposta resiliente nesta fase preparatória para uma eventual epidemia”.
“O país apresenta o risco que não pode ser negligenciado, porque somos abertos ao mundo. Há circulação de pessoas com alguma frequência, temos que estar preparados. Neste momento, as normas técnicas de actuação para enfrentar epidemias já estão socializadas com todos o pessoal da Saúde”, tranquilizou.
Revelou que nos próximos dia vão ser intensificadas as acções de prevenção e controlo, através da comunicação social, voltadas para as medidas a serem adoptadas pela população, para que ela esteja empoderada nos conceitos de prevenção e controlo dessa epidemia , de modo que o país possa enfrentar “eventual situação”.
“São procedimentos normais a uma gripe, baseados na higiene individual e colectivas das mãos, mas também a nível da estrutura hospitalar, evitar zonas com grandes aglomeração de pessoas, de modo a evitar a propagação de vírus, ainda que Cabo Verde não tenha nenhum caso suspeito”, elucidou.
Artur Correia considerou que a China está a enfrentar uma “realidade concreta”, pelo que disse acreditar que as autoridades deste país Oriental tenham estado a fazer tudo para tentar travar a evolução da epidemia.
“São eles que, mais do que ninguém, conhecem a epidemiologia concreta e estão mais actualizados em relação à evolução desta epidemia. Estão autorizados a tomar as medidas. Penso que faz todo o sentido o que estão a tomar”, rematou.
O novo vírus, que causa pneumonias, foi detectado na China no final de 2019.
Segundo as autoridades chinesas, já foram confirmados 2007 casos, sendo 688 novos casos registados no dia 25, 2684 casos suspeitos aguardam resultados do laboratório e já houve 56 mortos.
Além da China continental, foram confirmadas três dezenas de casos de infecção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.
A análise a um suspeito em Portugal proveniente da cidade de Wuhan onde se presume ter sido a origem do coronavírus, revelou negativa.