Caso positivo de São Vicente começou a ter sintomas a 18 de Março

PorAndre Amaral, Sheilla Ribeiro,4 abr 2020 10:25

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O caso positivo de infecção por coronavírus em São Vicente começou a ter sintomas a 18 de Março. A mulher de 56 anos vive no Mindelo há cinco anos e tem uma filha que recentemente esteve na Alemanha, mas esta não apresenta sintomas da doença.

Segundo o Ministro da Saúde, Arlindo de Rosário, a mulher esteve em tratamento domiciliar e acabou por ser internada por agravamento do estado de saúde.

"É uma senhora de nacionalidade chinesa, de 56 anos, casada, residente em Mindelo há mais ou menos cinco anos", esclareceu Arlindo do Rosário.

O ministro da saúde disse ainda que o casal "não tem história" de viagens para fora do país" durante todo este ano e mesmo até final do ano passado". A filha, cuja idade não foi revelada, "esteve na Alemanha mas regressou a Cabo Verde a 27 de Fevereiro".

"Nem o marido nem a filha", que entretanto foram colocados de quarentena pelas autoridades de saúde, "apresentaram sintomas de infecção respiratória".

O ministro da Saúde, na conferência de imprensa realizada esta manhã, explicou que a paciente "começou a ter sintomas a 18 de Março". "Sintomas respiratórios, calafrios, dores no corpo, tosse e automedicou-se, em casa, durante alguns dias". Com o agravar dos sintomas a mulher viu-se obrigada a procurar atendimento "numa clínica privada, onde lhe foi diagnosticada uma pneumonia, medicada" e enviada para tratamento domiciliar.

O quadro clínico, no entanto, voltou a agravar-se, o que acabou por fazer com que a mulher "acabasse por dar entrada no Banco de Urgências do Hospital Baptista de Sousa" no dia 27 de Março.

Garante Arlindo do Rosário que mesmo não tendo história de contacto com algum eventual caso suspeito, de não ter histórico de ter viajado para fora do país nos últimos tempos, a mulher, "pelo estado clínico que apresentava" de uma pneumonia extensa, "foi enquadrada como um caso suspeito" de infecção por COVID-19, tendo sido "tomadas todas as medidas definidas no protocolo de abordagem de caso suspeito".

"Todos os profissionais, pelo menos os que ontem tive oportunidade de contactar, transmitiram uma mensagem de confiança e serenidade, dizendo que desde o momento de entrada da senhora no Banco de Urgência tomaram todas as devidas precauções", assegurou o ministro.

Transmissão comunitária?

O ministro da Saúde disse ainda, durante a conferência de imprensa, que a investigação epidemiológica deste caso "vai prosseguir". "Se pudermos encontrar a fonte de infecção, o caso será enquadrado como um caso de transmissão local". No entanto, não sendo possível encontrar essa fonte de infecção, porque "isso está previsto", o ministro adiantou que "estaremos numa situação de transmissão comunitária" que é a situação em que não é possível identificar "a fonte de infecção".

No entanto, Arlindo do Rosário acrescentou que, sendo esse o caso, nada vai ser alterado "na estratégia definida até agora", porque referiu "desde há muito que estamos a lidar com a situação como se já estivéssemos num cenário de transmissão comunitária". Segundo o ministro, isto significa que "todas as medidas que temos tomado", desde o isolamento social, às medidas de higiene, "tudo o que está a ser implementado, são medidas que já estão previstas na situação de transmissão comunitária".

Arlindo do Rosário assegurou que o governo vai reforçar as medidas, mas esse reforço, disse, "passa pelas pessoas". "A arma para vencermos esta luta está nas nossas mãos".

"O vírus não passeia sozinho. Nós é que o passeamos", disse apelando uma vez mais que sejam respeitadas as medidas de isolamento social "podemos conter a propagação dessa epidemia".

Questionado sobre a possibilidade de haver um caso activo na ilha que tenha infectado a mulher ou se poderá ter sido a filha a desenvolver um caso assintomático que não tenha sido detectado, Arlindo do Rosário respondeu que "honestamente, nós não sabemos a fonte de infecção. Não sabendo, vamos ter de investigar, aprofundar, tentar encontrar essa fonte". "Pode ser possível e pode não ser".

No caso da fonte de infecção não ser encontrada "estaremos, de facto, numa situação de transmissão comunitária, onde qualquer um pode ser um potencial transmissor".

"Continuaremos a investigar por forma a termos bem definida toda a rede epidemiológica, se é possível identificar a fonte, ver todos os contactos. Isso está a ser feito. É um processo normal que deverá prosseguir nos próximos dias", concluiu.

Sete casos

Com a confirmação deste novo caso, Cabo Verde passa a contar com sete casos positivos de infecção por COVID-19. O primeiro caso foi o de um cidadão inglês, de 62 anos, que acabou por falecer na ilha da Boa Vista e onde foi sepultado. Também o companheiro desse turista foi testado positivo e, posteriormente evacuado para Inglaterra.

Outro caso positivo foi registado na Boa Vista. Uma turista holandesa de 60 anos entretanto também evacuada para o seu país.

Na Praia, um homem que tinha estado a passar um período de férias na Europa, e a sua esposa. Ambos estão internados, em isolamento, no hospital Agostinho Neto na Praia. O sexto caso é o de um técnico de manutenção que trabalha num dos hotéis da Boa Vista actualmente em quarentena.

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Autoria:Andre Amaral, Sheilla Ribeiro,4 abr 2020 10:25

Editado porRádio Morabeza  em  11 jan 2021 23:20

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