Covid-19 : Hospital Agostinho Neto está preparado para receber os casos positivos

PorExpresso das Ilhas,4 abr 2020 12:14

O Hospital Agostinho Neto está equipado com os meios necessários para atender aos doentes infectados com Covid-19 e todas as categorias profissionais já têm formação específica.

Desde que surgiu na China a epidemia da Covid-19 que o Hospital Agostinho Neto (HAN) foi-se preparando para receber casos positivos do novo coronavírus.

À RCV, o presidente do conselho de administração do Hospital Agostinho Neto, Júlio Andrade, disse que Cabo Verde tinha 300 estudantes na China e que o seu regresso podia construir um perigo para a saúde pública do país. “Portanto, desde essa altura nós começamos as medidas de formação para quando aparecesse um caso positivo fosse possível fazer o isolamento”.

Júlio Andrade afirmou que o Hospital Agostinho Neto dispõe neste momento de duas tendas montadas uma à frente do hospital e outra no interior para impedir que qualquer paciente com problemas respiratórios entre nas instalações hospitalares.

“Faz-se uma triagem logo na entrada e se o paciente tiver qualquer problema respiratório vai para uma tenda onde será observado por um médico ou um enfermeiro que está ali permanentemente e se tiver que fazer exames vai aguardar numa outra tenda. O que significa que só depois de termos resultado positivo ou negativo é que nós vamos tomar medidas para desta forma evitarmos a hipótese de cruzamento com outros pacientes”, explicou Júlio Andrade no programa Discurso Directo, acrescentando que essas tendas têm todas as condições para a observação dos doentes com a segurança necessária.

Hospital continua a receber outros doentes

Entretanto, o PCA do Hospital Agostinho Neto observou que o Hospital Central não irá parar por causa da Covid-19. Júlio Andrade informou que o HAN reorganizou-se no sentido de dar resposta a todos os casos prioritários, nomeadamente situações de urgência, cirurgias, consultas e a todas as necessidades urgentes.

“Também organizamo-nos no sentido de fazer aconselhamento de todas as pessoas que estão na lista de espera. Se tiverem necessidade de vir à consulta, vêm à consulta, se tiverem necessidade de renovação de receitas, renovamos as receitas. Portanto, as pessoas não vão ficar abandonadas durante esse período porque após termos ultrapassado esta fase poderemos ter situações muito complexas de doentes que ficaram sem tratamento, nomeadamente os doentes crónicos e as patologias que exigem tratamento imediato”, afirmou à RCV, acrescentando que todos esses aspectos estão assegurados permanentemente no hospital uma vez que as outras doenças não irão desaparecer por causa da Covid-19.

Quatro doentes internados

Neste momento estão internadas no HAN quatro pessoas com Covid-19. Eles foram internados há cerca de 7 dias e segundo Júlio Andrade durante estes dias não houve nenhum caso positivo em Santiago, nem nos contactos desses doentes o que é um sinal positivo, mas esclarece que é necessário aguardar até 14 dias o que diminui a hipótese de terem contaminado mais pessoas.

HAN recebe casos mais graves

“Está no nosso plano que deveríamos receber os casos mais graves, mas nesta fase inicial, como temos melhores condições de internamento dos casos positivos. Estamos a internar todos os casos positivos. O nosso objectivo é que não apareçam mais casos positivos e que fiquemos pelos números [quatro] que já temos”.

Júlio Andrade faz questão de sublinhar que o Hospital Agostinho Neto está até este momento técnica e profissionalmente preparado para receber os casos positivos, mas chama a atenção para a necessidade de cumprirmos as medidas que já foram determinadas pelo governo, nomeadamente o distanciamento social, por serem, como frisou, medidas assertivas.

“De uma maneira geral não devemos ser indisciplinados. Temos de ser organizados, cumprir regras, cumprir leis para evitar para que haja mais contágios. Temos que trabalhar nesta perspetiva porque é a única forma de darmos uma resposta mais eficaz ao novo coronavírus”, afirmou, acrescentando que é necessário cumprir as directrizes do ministério da Saúde em relação à higiene individual, colectiva.

“O ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Pública têm estado a transmitir essas mensagens e se forem cumpridas, mais o isolamento obrigatório a partir desta altura podemos evitar de chegar à situação dos outros países que infelizmente estão numa situação difícil, mesmo tendo estruturas, estão em colapso, portanto não conseguem dar resposta”, concluiu Júlio Andrade. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 957 de 1 de Abril de 2020. 

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Autoria:Expresso das Ilhas,4 abr 2020 12:14

Editado porSheilla Ribeiro  em  11 jan 2021 23:20

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